BERLIM - Josef Resch, um detetive particular de 70 anos da cidade de Bad Schwartau, no norte da Alemanha, garante que um mecenas está disposto a pagar 1,3 milhão de euros (cerca de R$ 5,9 milhões) aos larápios que roubaram o Museu Grünes Gewölbe, em Dresden, para que eles devolvam as obras que foram levadas.
O roubo ocorreu em 25 de novembro. Às 5 horas (1 hora em Brasília), os seguranças alertaram para a presença de estranhos nas instalações do Palácio Real de Dresden, onde fica o museu. Cerca de 10 minutos depois, a polícia recebeu um aviso de corte de luz na região, causado pelo incêndio em uma subestação de energia.
Os ladrões levaram várias joias do século 18. Os itens, feitos com diamantes, rubis, esmeraldas e safiras foram levados do cofre do museu. A coleção é considerada a mais valiosa da Europa e estava alojada no Palácio Real, onde o príncipe e rei Augusto II da Polônia (1670-1733) reuniu seus tesouros.
Inicialmente, o tabloide alemão Bild calculou o prejuízo em 1 bilhão de euros (cerca de R$ 4,6 bilhões), mas a diretora do museu, Marion Ackermann, afirmou que não é possível definir um valor para as relíquias.
Um dia depois da ação, foram identificados os destroços de um Audi A6 que teria sido utilizado na fuga dos criminosos do museu e, posteriormente, incendiado. Segundo Ackermann, não há como vender as joias no mercado aberto, por serem muito conhecidas – um fator que talvez seja suficiente para convencer os ladrões a aceitar a oferta do mecenas.
No vídeo divulgado ontem, Resch aparece diante de uma montanha de maços de dinheiro e explica que o responsável pela proposta prefere manter anonimato. A única condição do mecenas para pagar a bolada é que as peças roubadas sejam devolvidas “na totalidade e intactas” e a transação seja feita por meio da Wifka, empresa que pertence ao detetive particular.
O autor da proposta está disposto a pagar a recompensa mesmo que as pedras já não estejam mais nos suportes respectivos de fixação. No vídeo, Resch garante que as cédulas não estão numeradas ou identificadas e estão no Bundesbank, o Banco Central da Alemanha.
O interesse do mecenas, segundo o investigador particular, não é que os autores do crime sejam presos, apenas recuperar as joias. “Por isso, a captura dos autores não é determinante para a recompensa, pois se trata de uma tarefa para a polícia e para o Ministério Público”, afirmou o detetive no vídeo.
No dia 28 de novembro, três dias após a ação dos ladrões, a polícia da Alemanha ofereceu uma recompensa de ¤ 500 mil (R$ 2,2 milhões) para quem der pistas sobre os autores do roubo – menos da metade do que o mecenas oferece agora pelo tesouro surrupiado do Museu Grünes Gewölbe. / EFE