México anunciará projeto de lei anticorrupção

Presidente Enrique Peña Nieto disse que medidas exigirão empenho de todos; ações pretendem evitar infiltração de crime organizado no governo

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Por CIDADE DO MÉXICO
Atualização:

O presidente do México, Enrique Peña Nieto, disse ontem que anunciará esta semana um projeto de lei para evitar casos como o do massacre de estudantes no Estado de Guerrero. Em 26 de setembro, jovens da Escola Normal Rural de Ayotzinapa, que faziam um protesto pacífico no centro de Iguala, foram atacados pela polícia, que matou seis pessoas, levou presos outros 43 ativistas e entregou-os ao cartel Guerreros Unidos.

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Peña Nieto sofre intensa pressão depois que o sumiço dos estudantes resultou em protestos que se espelharam pelo México e repercutiram no exterior. O prefeito de Iguala, José Luiz Abarca, e sua mulher, María de los Ángeles Pineda, foram presos acusados de serem os mandantes do ataque policial e de ter ligações com o cartel local. Traficantes presos confessaram ter participado do suposto massacre.

"O que vamos anunciar implica um esforço coletivo do Congresso, da sociedade, da sua participação para encontrar um caminho melhor, para permitir que esses eventos e condições como as que propiciaram o ocorrido não se repitam", disse o presidente.

O presidente mexicano não deu detalhes sobre o projeto anticorrupção, embora tenha declarado que ele implicará ações para evitar que o crime organizado se infiltre em governos fracos.

Cuauhtémoc Cárdenas, líder da esquerda mexicana, se desfiliou ontem do Partido da Revolução Democrática (PRD), envolvido na crise dos estudantes de Iguala - o prefeito local era ligado ao partido. Filho do presidente Lázaro Cárdenas (1934-1940), ele disse que pesaram na decisão diferenças com o presidente do partido, Carlos Navarete, sobre como recuperar a credibilidade da facção.

/ AFP e REUTERS

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