O governo mexicano informou na quarta-feira que poderá ir à Organização das Nações Unidas para protestar contra o plano dos EUA de construir uma cerca na fronteira com os dois países. O projeto já foi aprovado pelo presidente George W. Bush e o objetivo é contar a imigração ilegal. Em entrevista coletiva, o chanceler Luis Ernesto Derbez disse chamou de "ofensa" a propostas. Ao ser indagado se apresentaria uma queixa formal à ONU, conforme solicitaram alguns legisladores mexicanos, Derbez respondeu: "Sem dúvida, estamos estudando com uma equipe de juristas da chancelaria quais as opções que estariam abertas, para serem levadas e executadas." Quarta-feira, o presidente George W. Bush aprovou um projeto de lei para o financiamento da segurança interna dos EUA, que inclui verba de US$ 1,2 bilhão para construir uma cerca ao largo da fronteira entre o México e os Estados Unidos, com o objetivo de impedir a entrada de imigrantes ilegais e de criminosos. O presidente mexicano Vicente Fox, em conclusão de mandato, classificou de "vergonhoso" o plano e o comparou ao Muro de Berlim. Fox passou seus seis anos de governo reivindicando de Washington a anistia do mexicanos que trabalham ilegalmente nos EUA. Os oito partidos com assento no Congresso mexicano se uniram para apoiar Fox a usar todos os meios diplomáticos ao seu alcance para tentar deter a construção da cerca. O porta-voz de Fox, Ruben Aguilar, disse que é pouco provável que o Congresso americano aprove fundos suficientes para concluir o projeto, apesar da verba de US$ 1,2 bilhão já aprovada. Aguilar indicou que não dinheiro suficiente para tanto. O custo total da obra está calculado em US$ 6 bilhões, mas poderá chegar a US$ 8 bilhões. O presidente eleito Felipe Calderón, que assumirá no dia 1º de dezembro, também criticou o projeto do governo americano. Aproximadamente, 11 milhões de mexicanos vivem nos EUA, sendo que cerca da metade se encontra em situação irregular.