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Ministro de Defesa da Rússia pede entrega mais rápida de armas, em sinal de escassez de arsenal

Ele destaca os fabricantes de armas como cruciais para o sucesso da ‘operação militar especial’ na Ucrânia, termo usado pelo Kremlin para a guerra

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Por Redação
Atualização:

O ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, pediu na terça-feira, 2, para dobrar rapidamente a produção russa de mísseis guiados e acelerar a reposição de outras armas e equipamentos militares necessários para a guerra na Ucrânia.

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A declaração, a mais recente de uma série que incluiu pedidos até mesmo do presidente Vladimir Putin, é um indicativo de que a indústria de armas russa está lutando para acompanhar as demandas da guerra. Segundo Shoigu, os fabricantes de armas russos são cruciais para o sucesso da Rússia no campo de batalha.

Analistas militares ocidentais e autoridades ucranianas vêm sugerindo há meses que os gargalos de produção de armas preocupam os militares russos. Isso ocorre porque a Rússia tem tido dificuldade de substituir peças que sofreram sanções do Ocidente e não são mais produzidas.

Russos passam por comércio e pôster representando um soldado da 2ª Guerra antes das celebrações do Dia da Vitória em Moscou  Foto: Yuri Kochetkov/EFE


Segundo esses analistas, os lançamentos de mísseis russos contra as cidades da Ucrânia foram apenas intermitentes porque as forças russas precisam de mais estoques de armas. Os russos dispararam vários mísseis S-400, normalmente usados em defesa aérea de longo alcance, em Kiev em janeiro, gerando especulações de que a Rússia tinha um sério déficit em mísseis de cruzeiro.

O que mais preocupa o ministro da Defesa russo é a produção de mísseis de alta precisão. De acordo com Shoigu, a produção dos projéteis precisa dobrar no menor tempo possível. O fabricante dos mísseis guiados, Tactical Missiles Corp., cuja sede fica perto de Moscou, está sob sanções dos EUA e da Europa.

Críticas de Putin

Putin fez comentários críticos em várias ocasiões este ano sobre o ritmo de produção. Em janeiro, ao vivo na televisão, ele repreendeu o ministro russo encarregado de supervisionar a produção industrial pelo ritmo das encomendas de aeronaves, incluindo helicópteros militares, que chamou de “muito, muito tempo”. Em março, Putin lamentou a escassez de trabalhadores especializados necessários para cumprir as ordens de defesa, mesmo com alguns turnos de trabalho triplos.

Dmitri Medvedev, ex-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança do Kremlin, alertou que os gerentes de fábricas de produção de armas podem ser responsabilizados criminalmente por não cumprirem os prazos dos contratos de defesa.

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Em março, Putin assinou um decreto permitindo que o governo central, em caso de lei marcial, assumisse a gestão das fábricas ligadas à defesa que não cumprissem os contratos estatais.

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