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Mordomo do papa é indiciado por vazamento de informações

Paolo Gabriele teria roubado documentos confidenciais do Vaticano.

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Por BBC Brasil

O mordomo e assistente pessoal do papa Bento 16, Paolo Gabriele, foi indiciado no caso que investiga o roubo de documentos confidenciais do Vaticano e o vazamento de informações para a imprensa. Gabriele, de 46 anos, é um dos poucos funcionários que têm acesso à parte privada do apartamento papal. Autoridades confirmaram que ele foi preso devido à posse ilegal de documentos e que ele está recebendo assistência legal de dois advogados. A série de vazamentos na mídia italiana, apelidada de Vatileaks, revelou supostos casos de corrupção, má administração e conflitos internos no Vaticano. 'Pilha de documentos' O mordomo vive com sua mulher e três filhos em um apartamento dentro dos muros do Vaticano, onde a mídia italiana disse que foi encontrada uma pilha de documentos confidenciais. "Eu confirmo que a pessoa detida na quarta-feira por posse ilegal de documentos particulares é o senhor Paolo Gabriele, que permanece detido", disse o porta-voz da Santa Sé padre Federico Lombardi, segundo a TV italiana Rai. Como não há prisões no Vaticano, Gabriele estaria detido em uma das três salas "seguras" nos escritórios da força policial do Vaticano. Se condenado, ele poderá ser condenado a até 30 anos de prisão por posse ilegal de documentos de um chefe de Estado, que seriam provavelmente cumpridos em uma prisão italiana, devido a um acordo entre a Itália e o Vaticano. Escândalo O escândalo do Vatileaks vem dominando manchetes de jornal e programas de TV na Itália nos últimos dias. Na semana passada, um livro chamado "Vossa Santidade", contendo trechos de cartas confidenciais e bilhetes trocados entre o papa e seu secretário, foi publicado por um jornalista italiano. O Vaticano chamou o livro de "criminoso" e prometeu processar o autor, a editora e o responsável pelos vazamentos. Os documentos entregues à imprensa incluem uma carta do atual embaixador do Vaticano em Washington para o papa, mencionando tratamento preferencial, nepotismo e corrupção entre administradores da Cidade do Vaticano. Havia também documentos com críticas ao número dois do papa, o cardeal Tarcisio Bertone, e relatos de pagamentos suspeitos feitos pelo Banco do Vaticano (Instituto para as Obras Religiosas, IOR). Na última quinta-feira, o presidente do Banco do Vaticano, Ettore Gotti Tedeschi, foi destituído do cargo. Fontes ligadas à investigação dizem que ele também teria vazado documentos, apesar de a razão oficial para a demissão ter sido a falta de resultados na função. O próprio Tedeschi disse que a decisão de removê-lo da liderança do banco foi uma punição devido à sua tentativa de tornar o banco "mais aberto". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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