Morre Alfie Evans, bebê britânico que virou pivô de batalha judicial entre Reino Unido e Vaticano

Criança sofria de uma doença degenerativa e vivia ligada a aparelhos; após decisão de desligar as máquinas, médicos, pais e grupos católicos iniciaram briga judicial

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LONDRES – O bebê Alfie Evans, de um ano e 11 meses, pivô de disputa judicial entre o Reino Unido e o Vaticano, morreu neste sábado, 28, informou a família. O caso da criança, que sofria de uma doença degenerativa, foi levado à Suprema Corte britânica e ganhou a atenção do Papa Francisco.

Tom Evans e Kate James, pais do bebê Alfie Evans Foto: AP

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Os pais, Kate e Tom Evans, ingressaram com ações na Justiça contra a decisão do hospital, mas sofreram contínuas perdas. O caso foi levado à Suprema Corte britânica, que decidiu a favor dos médicos. Segundo a justiça do Reino Unido, o desligamento dos aparelhos era do “interesse” da criança, cujo cérebro já havia sido danificado, levando à perda da visão, audição e tato.

Nas últimas semanas, o caso ganhou a atenção de grupos católicos da Polônia e do Papa Francisco, que garantiu apoio do Vaticano. A Santa Sé ofereceu manter a criança ligada a aparelhos no hospital pediátrico Bambino Gesù, em Roma. Na segunda-feira, 30, a Itália concedeu cidadania ao bebê para garantir o translado.

Caso Alfie Evans motivou protestos no Reino Unido, Itália, Polônia e outros países europeus; criança morreu neste sábado, 28. Foto: REUTERS/Kacper Pempel/File Photo

Segundo a diretora do hospital, Mariella Enoc, o governo italiano também deixou à disposição dos familiares um avião e equipe médica para levar o bebê ao Vaticano. No entanto, a Corte de Apelações britânica negou a transferência de Alfie.+ Papa consola a criança que perguntou se o pai ateu estava no céu

Após a última recusa, Tom Evans, pai de Alfie, acatou a decisão médica e pediu que a equipe oferecesse ao filho “a dignidade e o conforto que ele merece”. As máquinas foram desligadas na última segunda-feira à noite.

Durante o processo judicial, os médicos informaram que os exames de Alfie Evans apontavam uma “degradação catastrófica” dos tecidos cerebrais e consideravam “desumano” mantê-lo ligado aos aparelhos.+ Papa pede resposta global à crise na Síria e 'que a justiça prevaleça'

O caso motivou diversos protestos no Reino Unido, Itália, Polônia e outros países europeus, abrindo discussões sobre quem deveria decidir o futuro da criança. //EFE, REUTERS, ASSOCIATED PRESS

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