WASHINGTON - A mulher que acusa de abuso sexual o juiz indicado pelo presidente Donald Trump para a Suprema Corte dos EUA, Brett Kavanaugh, concordou em testemunhar antes de um painel no Senado na próxima semana, disseram as advogadas dela neste sábado, 22.
O presidente do Comitê Judiciário do Senado dos EUA, o republicano Chuck Grassley, havia estabelecido este sábado como prazo para a professora universitária Christine Blasey Ford, de 51 anos, decidir se e como testemunharia.
“A doutora Ford aceita o pedido do comitê para dar conhecimento, em primeira mão, sobre a má conduta sexual de Brett Kavanaugh, na próxima semana”, disseram em comunicado Debra Katz e Lisa Banks, advogadas de Christine. “Estamos esperançosos de que possamos chegar a um acordo sobre os detalhes.”
O comitê controlado pelos republicanos havia adiado a votação da confirmação de Kavanaugh depois que as alegações da professora surgiram na semana passada, e as advogadas negociavam as condições de seu depoimento.
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Kavanaugh é acusado de abusar sexualmente de Christine durante uma festa na década de 1980. Ele nega as acusações e prometeu testemunhar em audiência.
Na sexta-feira, Trump reiterou seu apoio ao candidato e colocou em dúvida o testemunho da acadêmica. "Não tenho dúvida de que, se o ataque contra a doutora Ford foi tão terrível como ela conta, então teria apresentado imediatamente acusações às autoridades locais encarregadas do cumprimento da lei", disse o republicano no Twitter. "Peço que ela traga essas acusações para que possamos saber a data, a hora e o lugar.”
A mensagem de Trump provocou reações imediatas em vários setores, e a hashtag #WhyIDidntReport (#porquenãodenunciei) se tornou o tema mais comentado na rede social nos EUA. / REUTERS e AFP