Nas gafes, candidato republicano supera rival

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Por Patrícia Campos Mello
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Ele não chega aos pés do presidente George W. Bush, conhecido como o rei das gafes. Mas o candidato republicano à presidência, John McCain, está acumulando uma respeitável bagagem de foras. Na semana passada, num programa de TV, ele afirmou: "É um conflito muito difícil, particularmente por causa da situação na fronteira entre o Iraque e o Paquistão." O Paquistão não faz fronteira com o Iraque - o senador queria se referir ao Afeganistão. No início do mês, confundiu Somália com Sudão. Em junho, disse que vetaria todas as "beers" (cervejas) de gastos desnecessários - em vez de "bills" (projetos de lei). Os tropeços levam alguns analistas a apontar mais uma vez para a idade do candidato e possíveis lapsos de memória ou atropelos verbais. Se eleito, McCain será o mais velho presidente americano ao assumir o cargo, com 72 anos. Ao contrário do democrata Barack Obama, que tem desenvoltura ímpar em discursos para grandes multidões, o senador republicano detesta usar o teleprompter. McCain prefere discussões informais com eleitores, mas esse formato não ensaiado dá mais margem a deslizes. Ele já disse algumas vezes "xiitas" quando se referia a sunitas. E afirmou que o governo do Irã (xiita) estava financiando a Al-Qaeda (sunita), o que não é verdade. Em 2007, referiu-se ao "presidente Vladimir Putin, da Alemanha", em vez de Rússia. Não que Obama não tropece: ele falou do "presidente" do Canadá (referindo-se ao premiê), disse que os EUA tinham 57 Estados (são 50) e costuma confundir o nome das cidades onde está fazendo comício. Mas os escorregões de McCain são mais numerosos. Para sua equipe, é inevitável que esses lapsos ocorram em longas campanhas. Em junho, McCain se referiu à Checoslováquia (que não existe desde 1993, quando deu lugar à República Checa e à Eslováquia). "Todo mundo comete esses erros", diz um assessor do senador, lembrando que assessores de Obama também falaram em "Checoslováquia" este mês.

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