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Naufrágio na Grécia mata 79 migrantes, no pior acidente do tipo em sete anos

Número de mortos ainda pode aumentar; ao menos 104 pessoas das 750 que estavam a bordo foram resgatadas

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Por Redação
Atualização:

ATENAS - Um naufrágio um barco de pesca que transportava migrantes deixou 79 mortos nesta quarta-feira, 14, na costa sul da Grécia. Segundo autoridades locais, 104 pessoas foram resgatadas da embarcação, que carregava cerca de 750 pessoas. A maioria das vítimas era de líbios que tentavam chegar à Itália.

O navio naufragou a 75 quilômetros da Península do Peloponeso, de acordo com a Marinha grega. É o acidente mais grave do tipo na Grécia desde 2016, quando 320 pessoas morreram.

Quatro sobreviventes estavam em condição crítica, com sinais de hipotermia, e foram transportadas de helicóptero para um hospital de Kalamata, no sul do Peloponeso.

Médicos carregam um sobrevivente em uma maca após barco que carregava centenas de migrantes naufragar em mar próximo à Grécia. Acredita-se que navio saiu da Líbia em direção à Itália.  Foto: Eurokinissi / AFP / Greece OUT

Sem coletes salva-vidas

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A embarcação, que estava com centenas de migrantes de acordo com uma fonte do Ministério das Migrações da Grécia, afundou em águas internacionais, próximo à costa da Grécia.

As autoridades gregas informaram que, no momento do naufrágio, nenhuma pessoa a bordo usava colete salva-vidas. As nacionalidades das vítimas não foram divulgadas.

Seis navios da guarda costeira, uma fragata da marinha, um avião de transporte militar, um helicóptero da força aérea, várias embarcações privadas e um drone da agência de proteção de fronteiras da União Europeia, Frontex, estão participando das buscas.

Acredita-se que o barco com destino à Itália partiu da área de Tobruk, no leste da Líbia. Um avião de vigilância da agência europeia Frontex detectou a presença da embarcação na tarde de terça-feira, 13, mas os passageiros “rejeitaram a ajuda”, de acordo com um comunicado divulgado pelas autoridades portuárias gregas.

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Dezenas de sobreviventes chegam ao porto de Kalamata, na Grécia, após serem resgatados em acidente de barco carregado de migrantes. Foto: STRINGER / Eurokinissi / AFP / Greece OUT

No porto de Kalamata, no sul, dezenas de migrantes resgatados foram levados para áreas protegidas montadas pelos serviços de ambulância e pela Agência das Nações Unidas para Refugiados para receberem roupas secas e atendimento médico.

As autoridades líbias lançaram uma grande repressão aos migrantes no início deste mês no leste do país. Ativistas disseram que vários milhares de migrantes, incluindo egípcios, sírios, sudaneses e paquistaneses, foram detidos. As autoridades líbias deportaram muitos egípcios para seu país de origem através de um ponto de passagem terrestre.

No oeste da Líbia, as autoridades invadiram centros de migrantes na capital, Trípoli, e em outras cidades nas últimas semanas. Pelo menos 1,8 mil migrantes foram detidos e levados para centros de detenção administrados pelo governo, de acordo com a agência de refugiados da ONU.

Migrantes que sobreviveram ao naufrágio foram levados a um armazém do porto de Kalamata, na Grécia, para descansar e receber cuidados médicos, após terem sido resgatados. Foto: www.argolikeseidhseis.gr via AP

Veleiro rebocado

Também nesta quarta-feira, um veleiro em dificuldades, com 80 migrantes a bordo, que navegava nas proximidades de Creta também foi resgatado e rebocado pela Guarda Costeira até o porto de Kaloi Limenes, no sul da ilha, perto da Líbia, informou a polícia portuária grega.

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Com uma longa fronteira marítima, a Grécia é uma rota frequente de imigrantes procedentes da vizinha Turquia. O país enfrenta crescentes tentativas de entrada por vias próximas das ilhas Cíclades a até o Peloponeso, para evitar as patrulhas no Mar Egeu, mais ao norte, cenário de muitos naufrágios, muitas vezes fatais. O país é acusado, com frequência, de rejeitar “ilegalmente” a presença de barcos de migrantes./AFP e AP.

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