O mundo terá de criar 500 milhões de novos empregos durante os próximos 10 anos para reduzir o desemprego e acomodar novos trabalhadores que ingressarão no mercado como força de trabalho, informou a Organização Mundial do Trabalho (OIT) por intermédio de um estudo divulgado nesta terça-feira. De acordo com o relatório, as inovações tecnológicas provavelmente criarão muito mais novos empregos, mas não está claro se isto ocorrerá nos países onde o nível de desemprego é mais elevado. "Apesar de ter havido alguns desenvolvimentos significativos, o quadro geral do emprego global continua com uma defasagem profunda que desperta considerável preocupação", declarou Rashid Amjad, chefe da equipe que preparou o Estudo do Emprego Mundial de 2001 de 398 páginas. A OIT, agência ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), estima que 160 milhões de pessoas estão desempregadas em todo o mundo, um aumento de 20 milhões desde o princípio da crise econômica asiática, em 1997. A instituição estima que mais 460 milhões de pessoas ingressarão no mercado de trabalho durante a década. Para saber se a meta de 500 milhões de novos empregos poderá ser alcançada, dependerá muito de se a economia global continuará crescendo no mesmo ritmo dos últimos anos, segundo o relatório. Ainda de acordo com o estudo, há grandes esperanças quanto ao surgimento de novos empregos nos setores de informação e revolução tecnológica. "O potencial de criação de empregos é realmente muito positivo", disse Duncan Campbell, co-autor do estudo. Mas os países em desenvolvimento serão beneficiados apenas se conseguiram melhorar os padrões de educação e a infra-estrutura de telecomunicações, segundo o documento. Caso contrário, eles ficarão para trás. "O mais importante condutor através do divisor de águas digital nos próximos anos será a transmissão de educação e conhecimento", afirmou Campbell. Ele chamou atenção para o fato de apenas 5% da população mundial já ter acessado a Internet pelo menos uma vez na vida. O estudo da OIT indica que dois terços dos empregos serão necessários na Ásia, enquanto apenas 3% serão necessários na Europa ocidental e na América do Norte juntas. O documento aponta uma crença de seus realizadores segundo a qual o aumento da oferta de empregos fará pouco pelos pessoas consideradas "subempregadas". Muitas delas não ganharão o suficiente para sustentar suas famílias acima do nível de pobreza de um dólar por dia. Recentes reduções nos índices de desemprego foram obtidas apenas por países ricos.