CARACAS - A coalizão opositora venezuelana Mesa de Unidade Democrática (MUD) solicitou na madrugada desta quinta-feira, 4, que a segunda etapa da coleta de assinaturas para convocar o referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro seja realizada entre os dias 23 e 25.
O porta-voz da aliança opositora Carlos Ocariz afirmou que o período é uma oportunidade “perfeitamente válida” para coletar ao menos 4 milhões de assinaturas de eleitores registrados no Conselho Nacional Eleitoral (CNE) - 20% do eleitorado total - e levar adiante o processo de consulta para revogar o mandato do presidente. “Há tempo de sobra para fazer o referendo revogatório neste ano”, afirmou.
Ocariz, que também é prefeito do município de Sucre, afirmou que a MUD espera que a solicitação seja estudada no menor tempo possível, embora a norma estabeleça que o Poder Eleitoral tem até 15 dias para responder a este requerimento.
Caso o referendo avance e seja realizado ainda este ano, serão convocadas novas eleições presidenciais. Se a consulta só puder ser realizada no ano que vem, depois de Maduro cumprir dois terços do mandato, o cargo será assumido pelo vice-presidente - que é nomeado pelo chefe do Executivo.
A presidente do CNE, Tibisay Lucena, anunciou na segunda-feira que a oposição venezuelana tinha conseguido superar o requisito necessário para se legitimar como promotora do revogatório ao conseguir coletar mais de 200 mil assinaturas, o equivalente a 1% do registro de eleitores.
Ainda ontem, a oposição venezuelana denunciou agressões contra seus partidários durante uma manifestação a favor do referendo contra Maduro, atribuindo-as a militantes pró-governo.
Petróleo. Enquanto a oposição se mobiliza politicamente pelo referendo, o governo venezuelano trabalha diplomaticamente para reativar a alta do preço do petróleo no mercado internacional. Ontem, o ministro de Energia, o chavista Eulogio del Pino, reuniu-se com o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para discutir um corte na produção.
“Del Pino conversou com ele como parte dos esforços para uma nova reunião entre membros e não membros da Opep para estabilizar o preço do barril acima de US$ 40”, afirmou Maduro em pronunciamento da TV estatal.
A proposta venezuelana é discutir um corte na produção na próxima reunião da Opep, em setembro, na Argélia. A queda no preço internacional do petróleo é uma das principais razões da profunda crise econômica do país. / EFE