Para Entender: Espanha foi base para Al-Qaeda

Antes dos atentados de Madri de 2004, autoridades acreditavam que o país era apenas a retaguarda do terrorismo islâmico

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

A Espanha não era alvo de um atentado terrorista desde os ataques a bomba de 11 de março de 2004 contra trens em Madri, que deixaram 191 mortos e mais de mil feridos. Após o atentado, as autoridades começaram a estudar o movimento jihadista na Espanha e descobriram que o país foi uma importante base para a Al-Qaeda na Europa. 

Imagem dolocal do ataque a trens de Madri, em 2004 Foto: REUTERS/Andrea Comas

PUBLICIDADE

O egípcio Mohamed Atta, que lançou um avião contra as Torres Gêmeas em Nova York, em 11 de setembro de 2001, morou na Espanha e vários dos envolvidos nos ataques aos EUA passaram pelo país.

Inicialmente, antes dos atentados de Madri, as autoridades acreditavam que a Espanha era apenas a retaguarda do terrorismo islâmico, mas com o envolvimento do país na guerra do Iraque, passou a ser ameaçada por Osama bin Laden e Ayman al-Zawahiri.

As sucessivas advertências que a polícia espanhola deu ao governo do premiê José María Aznar não foram suficientes para impedir os ataques a bomba, cometidos por integrantes de uma célula da Al-Qaeda que se acreditava ter sido desarticulada.

Antes do atentado terrorista de 2016 em Berlim, os serviços de inteligência europeus já alertavam que um ataque poderia ser lançado no Natal e Barcelona e Madri estavam entre os possíveis alvos. Dezenas de jihadistas treinados pelo Estados Islâmico e pela Al-Qaeda têm retornado à Europa e o EI, mais cercado do que nunca na Síria e no Iraque, tenta se promover fora de seus domínios, incentivando seguidores a lançar ataques.

Muito antes do surgimento dos grupos jihadistas, a Espanha enfrentou uma série de atentados cometidos pela organização separatista ETA (Pátria Basca e Liberdade), que lançou uma luta armada em 1960 pela independência do País Basco. 

A ETA cometeu, desde 1960, mais de 700 atentados, que deixaram 857 mortos, além de milhares de feridos. A maioria das vítimas era de policiais, militares e membros da Guarda Civil. Em 2011, o grupo anunciou o abandono da luta armada de mais de 50 anos.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.