WASHINGTON - O governo de Nicolás Maduro não tem como interromper o referendo revogatório proposto pela oposição venezuelana, disse na manhã desta quinta-feira, 26, o embaixador do país na Organização dos Estados Americanos (OEA), Bernardo Álvarez. Segundo ele, a questão é saber se a consulta será feita antes ou depois de dezembro.
O representante de Caracas disse que há “processo” de análise do pedido, que deve ser concluído pelo Conselho Nacional Eleitoral. A diferença de datas tem impacto político. Se o referendo for feito neste ano, haverá novas eleições para definir o sucessor de Maduro. Caso ocorra em 2017, o vice-presidente assumirá o cargo e governará até 2018, quando terminaria o mandato do presidente.
“Há um processo em análise no Conselho Eleitoral. Quando o processo for concluído, haverá o referendo”, declarou o embaixador durante evento no Inter-American Dialogue, em Washington. “Pode ser antes ou depois de dezembro.”
A oposição defende que a consulta para revogar o mandato de Madura seja feita antes de dezembro. Essa é também a posição do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro. “Há uma responsabilidade do governo da Venezuela de levar adiante o (referendo) revogatório no prazo estipulado, que é antes de dezembro deste ano”, disse Almagro na semana passada. “Caso contrário, seria afetada a possibilidade de a população se manifestar.” Para ele, isso seria um ato de “corrupção política”.