LONDRES - A legisladora britânica Jo Cox, que foi morta a facadas e tiros na semana passada, morreu em razão de suas convicções políticas, disse seu marido, Brendan Cox, nesta terça-feira, 21.
Jo, que defendia a permanência do Reino Unido na União Europeia e também fez campanha para que seu país fizesse mais para ajudar os refugiados, foi assassinada em seu distrito eleitoral no norte da Inglaterra por um homem que gritava "a Grã-Bretanha primeiro".
"Ela tinha opiniões políticas muito fortes, e acredito que foi morta em razão dessas opiniões", afirmou Cox a meios de comunicação.
O Parlamento foi reconvocado na segunda-feira, semana do referendo que decidirá se os britânicos continuam filiados ao bloco ou não, para prestar homenagem à parlamentar do Partido Trabalhista, que trabalhava para a rede de assistência humanitária Oxfam antes de assumir uma vaga na legislatura no ano passado.
Muitos colegas elogiaram Jo, que tinha 41 anos e era mãe de duas crianças, por sua capacidade de atuar em vários espectros políticos para defender as causas nas quais acreditava.
Seu marido disse que Jo estava preocupada com o fato de a política estar se tornando muito tribal, que as pessoas não estão mais trabalhando juntas como indivíduos para resolver problemas e sendo levadas a adotar posições mais extremas.
"Ela estava particularmente preocupada com a direção, não só na Grã-Bretanha, mas globalmente... da política neste momento, particularmente no tocante à criação de divisões e à canalização dos piores medos das pessoas, ao invés de seus melhores instintos", contou ele. / REUTERS