BAGDÁ - O controvertido dirigente político iraquiano Ahmed Chalabi, cujas informações favoreceram a invasão americana do Iraque em 2003, morreu nesta terça-feira, 3, vítima de um ataque cardíaco em Bagdá, informou o parlamento iraquiano.
Chalabi, xiita de 71 anos, era o líder do partido Congresso Nacional Iraquiano e presidente da comissão financeira do parlamento. Ele foi um dos principais opositores ao regime de Saddam Hussein e deu informação aos Estados Unidos sobre a suposta existência de armas de destruição em massa no Iraque para facilitar a intervenção militar.
O deputado morreu em sua casa, no bairro de Al Kazemiya, de maioria xiita, de acordo com as informações do parlamento divulgadas pela televisão oficial "Al-Iraquiya". O presidente iraquiano, Fouad Massoum, lamentou a morte de Chalabi, que qualificou de "grande perda para o país".
Nascido em 1945 em uma rica família que trabalhava no setor bancário, Chalabi viveu a maior parte de sua vida em outros países do Oriente Médio e na Grã-Bretanha, até voltar em meados da década dos anos 90, quando tentou organizar uma rebelião no norte do Iraque.
Exilado novamente, o político retornou ao Iraque em 2003, após a queda de Saddam, com intenção de chegar ao poder, mas suas ambições políticas foram frustradas e ele teve que se contentar com o posto de vice-primeiro-ministro em 2006.
Suas relações com os Estados Unidos passaram de muito estreitas a conflituosas. Ele chegou a ser acusado pelo governo americano de espionar para o Irã.
Antes da invasão, seu grupo de oposição no exílio, o Congresso Nacional Iraquiano, que era financiado por Washington, forneceu aos Estados Unidos descrições de fábricas de armas biológicas portáteis de Saddam.
O secretário de Estado americano em 2003, Colin Powell, usou esses dados falsos em um comparecimento no Conselho de Segurança da ONU para justificar a necessidade de uma intervenção militar no Iraque. / EFE e AFP