Portugal terá novas eleições em 30 de janeiro, anuncia presidente

Impasse político encerrou seis anos de relativa estabilidade no país

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Por Redação
Atualização:

LISBOA - As novas eleições em Portugal serão realizadas no dia 30 de janeiro, informou nesta quinta-feira, 4, o presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa, em discurso na televisão. O pleito antecipado foi convocado após o parlamento rejeitar o projeto de lei do orçamento de 2022 do governo socialista minoritário, encerrando seis anos de relativa estabilidade política.

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“Em momentos como este sempre há solução na democracia, sem drama nem medos... devolver a palavra ao povo”, disse Sousa em seu discurso. “É a única forma de os portugueses decidirem o que querem para os próximos anos."

Dois anos antes do previsto, a campanha eleitoral deve começar logo após o dia de Ano Novo, disse ele.

O impasse político em Portugal começou quando o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português - membros da coalizão de esquerda que governa o país junto com o Partido Socialista - votaram contra o Orçamento. Rebelo de Sousa tentou negociar com os partidos do Parlamento uma solução para aprovar o Orçamento, mas não houve acordo

O presidente português Marcelo Rebelo de Sousa anuncia data das novas eleições em Lisboa Foto: Pedro Nunes/REUTERS

Pouco depois de Rebelo de Sousa convocar as eleições, o vice-líder dos Socialistas, José Luís Carneiro, disse que o seu partido tinha tentado "de tudo" para "evitar esta crise política" e apelou por comparecimento às urnas.

Uma pesquisa de opinião realizada pela Aximage com 803 pessoas mostrou que 54% dos entrevistados achavam que uma eleição antecipada seria "ruim para o país", com 68% acreditando que nenhum partido ganharia a maioria dos assentos no parlamento.

Os mercados reagiram com calma até agora, com o rendimento dos títulos de 10 anos de Portugal flutuando amplamente em linha com seus pares da União Europeia nos últimos dias, e caindo para os níveis de meados de outubro na quinta-feira.

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O apoio aos socialistas de centro-esquerda pouco mudou em relação aos 36% que eles ganharam na última eleição nacional em 2019, com os social-democratas de centro-direita em segundo lugar, com cerca de 27%.

O único partido que pode se beneficiar claramente da eleição é o Chega, de extrema direita, que poderia emergir como a terceira força mais forte no parlamento, mas é visto por analistas políticos como um parceiro potencial muito tóxico para qualquer outro partido. /REUTERS

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