NOVA YORK - O presidente de Israel, Reuven Rivlin, criticou ontem declaração do presidente Jair Bolsonaro de que o Holocausto pode ser “perdoado, não esquecido”. “Nunca vamos perdoar e nunca vamos esquecer”, escreveu Rivlin no Twitter.
Sem mencionar o nome do presidente brasileiro, o líder israelense afirmou ainda: “Líderes políticos são responsáveis por moldar o futuro. Historiadores descrevem o passado e pesquisam o que aconteceu. Um não deve entrar no território do outro”.
O Yad Vashem, museu do Holocausto em Jerusalém, também se manifestou sobre a fala de Bolsonaro. “Discordamos da declaração do presidente brasileiro de que o Holocausto pode ser perdoado. Ninguém está em posição de determinar quem e se os crimes do Holocausto podem ser perdoados”, afirmou, em nota.
Bolsonaro fez o comentário na noite de quinta-feira, durante reunião com pastores evangélicos no Rio de Janeiro, quando falava sobre sua visita ao museu do Holocausto em Israel neste mês, em companhia do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Declaração. “Nós podemos perdoar. Mas não podemos esquecer”, afirmou o presidente brasileiro, sobre o extermínio de milhões de judeus durante a 2.ª Guerra. Em seguida, acrescentou que é preciso agir para garantir que esses horrores não se repitam. “Aqueles que esquecem o passado estão condenados a não ter futuro.”