WASHINGTON - A professora universitária Christine Blasey Ford exigiu uma investigação do Departamento Federal de Investigações dos Estados Unidos (FBI) contra o juiz Brett Kavanaugh, acusado de ter abusado sexualmente dela há 30 anos. O pedido é um requisito para ela prestar depoimento ao Comitê Judiciário do Senado na próxima semana.
Segundo a defesa, Christine quer cooperar com os senadores, que examinam a indicação de Kavanaugh, mas tem sido alvo de "constantes constrangimentos e ameaças de morte" desde que denunciou o juiz - indicado pelo presidente Donald Trump para a Suprema Corte americana - por abuso sexual.
"Uma investigação do FBI deverá ser o primeiro passo para abordar as acusações", escreveram os advogados da professora em uma carta.
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A nova abordagem é vista uma como resposta à defesa de Trump a Kavanaugh e sua decisão de mantê-lo na Suprema Corte. Mais cedo, magnata disse que o juiz "não é um homem que merece" o que está acontecendo com seu processo de nomeação.
O presidente também descartou a ideia de solicitar ao FBI a reabertura das investigações de antecedentes de Kavanaugh. Caso mude de ideia, a nomeação do juiz deverá ser adiada para depois das eleições legislativas de novembro, nas quais o Partido Republicano corre o risco de perder a maioria no Senado e, assim, ver a indicação ser barrada pelos democratas.
Senadores republicanos afirmaram que Chistine terá apenas uma chance de apresentar sua versão ao Comitê Judiciário na segunda-feira. "Segunda é a oportunidade dela", disse o líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell, que ainda acredita nas chances de Kavanaugh ser confirmado para um assento na Suprema Corte. "Não estou preocupado com a nomeação."
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Christine denunciou o caso publicamente no domingo ao jornal The Washington Post. Ela acusa Kavanaugh de tentar atacá-la e despi-la quando estava bêbado em uma festa realizada no Estado de Maryland, em 1982.
A revelação prejudicou a nomeação do juiz à Suprema Corte. O Comitê Judiciário do Senado previa votar a indicação nesta quinta-feira, 20, mas após o caso se tornar público, o processo foi adiado para a próxima semana. / AP