Puigdemont desiste de ser presidente catalão e nomeia sucessor

Grupo parlamentar de Puigdemont, o Juntos pela Catalunha, havia proposto seu nome no sábado passado como candidato à presidência, mas executivo central de Mariano Rajoy conseguiu bloquear a posse

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

BARCELONA - O líder separatista da Catalunha Carles Puigdemont anunciou nesta quinta-feira, 10, na Alemanha, que desistiu de ser o presidente da região e nomeou um novato na política, Quim Torra, candidato à sua sucessão.

Quim Torra discursa em uma sessão do Parlamento, em Barcelona Foto: LLUIS GENE/AFP

PUBLICIDADE

"Nosso grupo propõe o camarada deputado (catalão) Quim Torra para a presidência da Generalitat" da Catalunha, uma região rica do nordeste da Espanha, disse Puigdemont em um vídeo gravado na Alemanha para nomear como sucessor este editor de 55 anos sem experiência na política, mas muito envolvido no movimento separatista.

+Milhares de manifestantes protestam em Barcelona contra a detenção de Puigdemont

O grupo parlamentar de Puigdemont, o Juntos pela Catalunha, o havia proposto no sábado passado como candidato à presidência, mas o executivo central de Mariano Rajoy conseguiu bloquear a posse ao recorrer na Justiça de uma reforma legal aprovada na Catalunha para permitir um governo à distância.

Com sua renúncia, o líder separatista, suspenso da presidência regional por Rajoy após a frustrada declaração de independência do fim de outubro, quer desbloquear a formação e um governo na Catalunha e terminar com seis meses de controle da região por parte de Madri.

Após seis meses de paralisia política, a rica região nordeste estava em risco de celebrar novas eleições se não fosse empossado um novo presidente em 22 de maio.

Os defensores da separação obtiveram maioria absoluta do Parlamento catalão nas eleições de dezembro, mas suas tentativas de empossar um presidente foram bloqueadas pela Justiça.

Publicidade

Em janeiro, o Tribunal Constitucional proibiu Puigdemont de ser empossado à distância da Bélgica, onde havia se instalado após a tentativa frustrada de secessão.

E seus dois companheiros do Juntos pela Catalunha nomeados posteriormente, Jordi Sánchez e Jordi Turull, não receberam permissão judicial para deixar a penitenciária onde cumprem prisão preventiva acusados, assim como Puigdemont, de rebelião.

"Ficou claro diante do mundo a intolerância e a falta de respeito do Estado com a vontade dos cidadãos da Catalunha", disse Puigdemont em seu discurso, no qual incentivou o próximo executivo regional a construir um país independente.

A sessão de posse de Quim Torra deve ser celebrada no começo da semana que vem. O candidato conta a princípio com maioria para ser empossado graças ao apoio do Juntos pela Catalunha e o outro grande partido independentista, o Esquerda Republicana. / AFP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.