O movimento que pede a separação entre Estado e religião em Israel não é novo. Também não é nova a intenção de que documentos civis no país não tenham menção à religião do indivíduo. Na realidade, em 2002 uma lei foi aprovada na Knesset (o Parlamento israelense) proibindo a inscrição, nas carteiras de identidade, do que era chamado "leom" (nacionalidade) - mas em realidade se referia à religião.
O "jeitinho israelense", contudo, inventou uma forma de "driblar" a lei e deixar claro, no documento, a qual religião seu portador pertence. A data de nascimento dos judeus aparece grafada duas vezes: uma no calendário gregoriano, nas datas que cada um de nós conhece e comemora o aniversário, e a segunda no calendário judaico, em letras hebraicas. Cidadãos não judeus, entretanto, não têm a segunda data - permitindo que a polícia, o Exército e as autoridades saibam que o sujeito não é judeu.
Repare na imagem acima - um modelo de identidade israelense. Na mesma linha da data de nascimento do indivíduo (04.04.1974) há um conjunto de letras: é a data equivalente no calendário judaico. Essa carteira tem a inscrição "yehudi" logo abaixo, indicando que foi emitida antes da lei de 2002.
Em junho, Yishai demonstrou intenções de voltar a grafar a religião dos cidadãos nos documentos.