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Receosos, paquistaneses votam hoje

Violência e suspeita de fraude marcam eleição parlamentar

Por Islamabad
Atualização:

Em meio às desconfianças em relação à transparência nas eleições parlamentares de hoje no Paquistão, o senador americano Joseph Biden (democrata) sugeriu ontem que os EUA cortem a ajuda militar ao país, caso se constate algum tipo de fraude. Biden está no Paquistão na condição de observador eleitoral. Desde 2001, os EUA já transferiram mais de US$ 10 bilhões em ajuda militar para que o Exército paquistanês combata células da Al-Qaeda que se escondem na fronteira do país. Biden disse a jornalistas que está não seria "uma eleição clara", mas acrescentou que ela precisa produzir um resultado de credibilidade. Já o senador John Kerry, que também está no país, disse que "o propósito da delegação americana estar no país é o de encorajar e dar credibilidade ao processo eleitoral, e enfatizar ao mundo inteiro que emerge no Paquistão um governo com credibilidade". Para ambos senadores a instabilidade política no país pode piorar a situação política do vizinho Afeganistão. Além da violência política - que, só no sábado, deixou 37 mortos após um comício do partido da ex-premiê Benazir Bhutto (assassinada em dezembro) -, a sombra da fraude permeia o processo eleitoral. O alemão Michael Gahler, chefe da missão observadora da União Européia, admitiu que há lacunas no processo eleitoral, em particular na transferência e na consolidação das atas de apuração, que podem despertar suspeitas de fraude como vem denunciando a oposição paquistanesa. Caso sofra uma derrota humilhante hoje, como indicam as pesquisas, o presidente Pervez Musharraf pode ser alvo de um processo de impeachment promovido pela oposição. EFE E REUTERS

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