A coalizão formada para tirar Binyamin Netanyahu do poder parece uma receita para a instabilidade crônica e sua sobrevivência é o maior problema.
A democracia parlamentar de Israel mudou sob Netanyahu. No final, seu estilo cada vez mais desdenhoso havia alienado muitas pessoas, especialmente entre aliados nominais da direita. O acordo para retornar às normas democráticas pode ser a cola da frágil coalizão.
“As partes são díspares, mas compartilham o compromisso de reconstituir Israel como uma democracia liberal funcional”, disse Shlomo Avineri, um proeminente cientista político. “Nos últimos anos, vimos Netanyahu começar a governar de forma semiautoritária.”
Naftali Bennett, o novo primeiro-ministro, prometeu que “o governo trabalhará para todo o público israelense - religioso, secular, ultraortodoxo, árabe - sem exceção, como um só. Vamos trabalhar juntos, por parceria e responsabilidade nacional, e acredito que teremos sucesso”.
Mas o sucesso exigirá um compromisso constante. “Eles não vão lidar com questões altamente controvertidas entre esquerda e direita”, disse Tamar Hermann, professora de ciência política na Universidade Aberta de Israel.
Na prática, isso significa que o novo governo provavelmente se concentrará nas questões internas de Israel em vez de nas relações externas.
Ele também estará sob constantes e duros ataques do partido Likud, de centro-direita, de Netanyahu. “Não vai ser fácil”, disse Avraham Diskin, cientista político da Universidade Hebraica de Jerusalém. “Eu realmente duvido que (Yair) Lapid se torne primeiro-ministro daqui a dois anos.”
* É COLUNISTA