Rússia diz que derrubou drones ucranianos em seu espaço aéreo; Kiev descreve ‘tensão’ em Bakhmut

Movimentações nos dois lados da fronteira foram destacados por autoridades de Moscou e Kiev nesta terça-feira, 28

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Por Redação

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou ter derrubado dois drones ucranianos sobre o seu espaço aéreo nesta terça-feira, 28, em um momento em que os militares de Kiev descrevem um aumento de tensões em Bakhmut, que se transformou na principal frente de batalha no país.

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De acordo com um comunicado emitido pelas autoridades russas, o alvo dos drones ucranianos seriam dois centros de infraestrutura civil, nas regiões de Krasnodar e na República da Adiguésia, no Cáucaso. “Os dois drones foram neutralizados sem causar danos”, acrescentou a nota.

A cúpula do governo de Kiev não comentou imediatamente sobre o suposto ataque aéreo ― que, se confirmado, seria um raro caso de ofensiva contra o território russo.

Militares ucranianos em rua de Bakhmut, coberta por destroços da batalha. Foto: Alex Babenko/ Reuters - 27/02/2023

Em solo ucraniano, o ponto mais crítico de combates continua a ser a disputa pela cidade de Bakhmut, em Donetsk. O exército da Ucrânia descreveu a situação como extremamente tensa “Apesar de sofrer baixas significativas, o inimigo enviou as unidades de ataque melhor preparadas [do grupo paramilitar] Wagner para tentar romper as defesas de nossas tropas e cercar a cidade”, disse o comandante das forças terrestres da Ucrânia, Oleksandr Sirski.

As tropas de Moscou tentam tomar Bakhmut, que virou um símbolo da luta pelo controle da região do Donbas, desde o verão do Hemisfério Norte. Nas últimas semanas, as tropas russas avançaram lentamente em direção à cidade industrial, que tinha 70.000 habitantes antes da invasão russa.

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, admitiu na segunda-feira, 27, que a situação das tropas do país na região de Bakhmut está “cada vez mais complicada”. Os russos conseguiram cortar várias rotas importantes para o abastecimento das tropas ucranianas.

O fundador do grupo paramilitar Wagner, Ievgueni Prigozhin, reivindicou no sábado a tomada da localidade de Yahidne, na periferia norte de Bakhmut.

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Ingresso na Otan no longo prazo

Embora a Ucrânia esteja conseguindo defender o próprio território a partir de uma ajuda massiva dos aliados ocidentais ― e da invasão russa, há um ano, ter sido autorizada por Vladimir Putin sob o argumento de uma suposta entrada do país na Otan ―, o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg afirmou que uma adesão de Kiev aconteceria apenas no “longo prazo”.

“Os países da Otan concordam que a Ucrânia se torne membro da aliança, mas é uma perspectiva de longo prazo”, disse Stoltenberg, durante uma visita à Finlândia, candidata à adesão. E completou: “A questão agora é garantir que a Ucrânia continue sendo uma nação independente e soberana, e para isso temos que apoiar a Ucrânia”./ AFP

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