Rússia é excluída de comemoração da libertação do campo nazista de Auschwitz

País sempre participou da cerimônia que acontece todos os anos no dia 27 de janeiro

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação

Nenhum representante russo foi convidado para as comemorações do 78º aniversário da libertação pelo Exército soviético do campo de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau, devido à invasão russa na Ucrânia, informou o site do museu do antigo campo nesta quarta-feira, 25.

PUBLICIDADE

“Considerando a agressão contra uma Ucrânia livre e independente, os representantes da Federação da Rússia não foram convidados a participar das comemorações deste ano”, disse à agência France Presse Piotr Sawicki, porta-voz do museu no sul da Polônia.

A Rússia sempre participou da cerimônia que acontece todos os anos no dia 27 de janeiro e um representante do país costumava tomar a palavra na celebração.

Pequenos cartazes são colocados nos trilhos da ferrovia durante a anual "Marcha dos Vivos" no antigo campo de extermínio de Auschwitz Foto: Kacper Pempel/Reuters - 28/04/2022

O historiador e diretor do museu, Piotr Cywiński, disse que era óbvio que ele não poderia “assinar nenhuma carta de convite ao embaixador russo” no contexto do conflito.

“Espero que isso mude no futuro, mas temos um longo caminho a percorrer [...] A Rússia vai precisar de um tempo extremamente longo e de uma introspecção profunda após o conflito para voltar aos espaços do mundo civilizado”, disse Cywiński à agência local de notícias PAP.

No dia em que a Rússia lançou a invasão da Ucrânia, 24 de fevereiro de 2022, o museu chamou o ataque russo de “ato de barbárie”.

O campo de Auschwitz-Birkenau, construído na Polônia ocupada, tornou-se um símbolo do genocídio cometido pela Alemanha nazista contra 6 milhões de judeus europeus, dos quais 1 milhão morreu neste local entre 1940 e 1945.

Publicidade

O campo - onde também morreram 80 mil poloneses não judeus, 25 mil ciganos e 20 mil soldados soviéticos - foi libertado pelo Exército vermelho em 27 de janeiro de 1945./AFP

O presidente russo, Vladimir Putin, acende uma vela perto do Monumento às vítimas do fascismo durante uma cerimônia em Birkenau, em 27 de janeiro de 2005, quando líderes mundiais e sobreviventes do campo de extermínio de Auschwitz se reuniram na Polônia para marcar o 60º aniversário de sua libertação Foto: Alexander Natruskin/Reuters - 27/01/2005
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.