Senador de oposição é escolhido presidente interino do Haiti

Presidente do Senado, Jocelerme Privert foi ministro do Interior no governo do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide; ele terá missão de organizar novas eleições no país em 120 dias

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PORTO PRÍNCIPE - Legisladores escolheram um senador de oposição que atuou como ministro do Interior no governo do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide como presidente interino do Haiti neste domingo, 14, em um movimento com o objetivo de preencher um vácuo de poder que ameaça a estabilidade da nação caribenha.

O presidente do Senado, Jocelerme Privert, deverá ser empossado neste domingo como presidente provisório. Sua principal tarefa será organizar rapidamente novas eleições.

Jocelerme Privert, presidente do Senado haitiano, foi eleito presidente interino do país Foto: REUTERS/Andres Martinez Casares

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O Haiti cancelou uma corrida presidencial em andamento em janeiro, em meio a frequentes protestos violentos que alegavam fraude no primeiro turno e depois de o candidato de oposição boicotar a votação. O ex-presidente Michel Martelly finalizou seu mandato há uma semana sem um sucessor eleito.

Sob um acordo fechado antes de Martelly deixar o cargo, o governo interino terá um mandato de 120 dias, mas deverá organizar eleições até 24 de abril, para passar o poder para o vencedor em maio.

A escolha de Privert pode ajudar a acalmar os protestos, que foram liderados por apoiadores de Aristide. Depois que Aristide foi forçado a deixar o poder em 2004 por grupos armados, Privert ficou preso por dois anos sob acusações de ter orquestrado um massacre de opositores de Aristide. As acusações foram retiradas posteriormente.

A última vez em que houve um governo interino no Haiti foi após a saída de Aristide, quando demorou dois anos para serem realizadas eleições.

A situação do Haiti causou preocupação na comunidade internacional, que enviou várias missões para contribuir para solucionar a crise política que ameaça seriamente as frágeis instituições da nação caribenha. Uma preocupação acompanhada por atos violentos praticamente diários e manifestações da oposição. / REUTERS e EFE

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