Senadora muda voto e dificulta aprovação de projeto que legaliza o aborto na Argentina
Proposta precisa de pelo menos 37 votos para ser aprovada no Senado e prevê que aborto possa ser realizado até as primeiras 14 semanas de gravidez
Por Redação
Atualização:
BUENOS AIRES - As perspectivas para a aprovação do projeto de lei que legaliza o aborto na Argentina diminuíram durante o final de semana, após uma senadora de oposição disse ter mudado de opinião e declarado que votará contra a medida quando o assunto for levado ao plenário nesta quarta-feira.
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O projeto propõe a ampliação do direito ao aborto, que na lei atual argentina é permitido apenas em casos de estupro ou quando a saúde da mãe está em risco.
A proposta foi aprovada na Câmara dos Deputados no mês passado, por 129 votos a 125. Desde então, ativistas religiosos, especialmente em partes rurais da Argentina, têm pressionado contra a medida, apoiada por feministas e grupos de direitos humanos estimulados nos últimos anos por esforços para acabar com a violência contra as mulheres.
Caso aprovada, a lei tornaria a Argentina o terceiro país da América Latina a legalizar amplamente o aborto, depois de Uruguai e Cuba.
A mudança de opinião da senadora Silvina García Larraburu leva a 37 a estimativa de votos contrários, representando a maioria no Senado, composto por 72 integrantes. Aliada da ex-presidente Cristina Kirchner, Silvina acusou o presidente Mauricio Macri de usar o debate sobre o aborto como uma distração para a economia instável do país, acusação negada pelo governo.
Argentinos celebram aprovação na Câmara do projeto de lei que legaliza aborto
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Argentinos celebram aprovação na Câmara do projeto de lei que legaliza aborto
Deputados argentinos aprovaram o projeto de lei que descriminaliza o aborto no país. Agora, ele segue para o Senado. Iniciativa teve 129 votos a favor... Foto: EITAN ABRAMOVICH / AFPMais
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O projeto de lei descriminaliza qualquer aborto realizado até a 14ª semana de gestação - e não apenas em caso de estupro ou de risco para a vida da mu... Foto: EITAN ABRAMOVICH / AFPMais
Argentinos celebram aprovação na Câmara do projeto de lei que legaliza aborto
Ele também estabelece que se a gestante for menor de 16 anos, o procedimento deverá ser feito com o seu consentimento Foto: Jorge Saenz / AP
Argentinos celebram aprovação na Câmara do projeto de lei que legaliza aborto
Manifestantes a favor e contra o procedimento ocuparam as ruas próximas ao Congresso. Os que eram favoráveis, entoavam frases como “Aborto legal no ho... Foto: Jorge Saenz / APMais
Argentinos celebram aprovação na Câmara do projeto de lei que legaliza aborto
“Não é aborto se o aborto não é legal ou clandestino. Nem uma a menos por aborto clandestino” Foto: Jorge Saenz / AP
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Os panos verdes usados na campanha pela legalização do aborto se transformaram no símbolo dos defensores da descriminalização Foto: EITAN ABRAMOVICH / AFP
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Entre os que se opõem à decisão, frases como “Aborto é matar” e “Salvemos as duas vidas” ilustraram a campanha contra a medida Foto: Marina Guillén / EFE
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“Legal ou ilegal, o aborto mata igual” Foto: Eitan ABRAMOVICH / AFP
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Dentre as imagens usadas pelos opositores durante a campanha estavam figuras religiosas e desenhos de fetos Foto: Jorge Saenz / AP
A senadora Silvina disse à mídia local que sua mudança de opinião também tem a ver com suas convicções "mais íntimas". O projeto de lei, que permitiria o aborto até as primeiras 14 semanas de gravidez, também pode ser alterado pelo Senado e enviado de volta à Câmara dos Deputados. / REUTERS