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Terremoto na Nova Zelândia afetou 100 mil casas em apenas uma cidade

Choques secundários continuam a atingir Christchurch; governo começa a avaliar destruição e mantém estado de emergência.

Por BBC Brasil
Atualização:

Cerca de 100 mil casas da cidade de Christchurch, na Nova Zelândia, foram afetadas pelo terremoto de 7 graus de magnitude que atingiu a região na última sexta-feira (madrugada de sábado no horário hora local). O premiê neozelandês, John Key, disse em entrevista coletiva que o número representa quase dois terços do total de residências da área e que o governo já disponibilizou US$ 67 milhões (mais de R$ 116 milhões) para a reconstrução, segundo o jornal New Zealand Herald. "Fiquei chocado com a força do terremoto e com a destruição que ele causou na cidade", disse Key, que cresceu em Christchurch, a segunda maior cidade do país. Autoridades estenderam o estado de emergência de Christchurch até as 12h de quarta-feira, e a polícia manteve o toque de recolher durante a noite. O centro da cidade permanece bloqueado e cercado por militares, por causa do perigo da queda de escombros e também devido a informações de que estabelecimentos estavam sendo saqueados. Escolas, lojas, restaurantes e escritórios também continuam fechados. Apesar da destruição, ninguém morreu. Mais tremores Novos tremores secundários, de até 5,4 graus, assustaram os moradores na madrugada desta terça-feira e obrigaram as autoridades a fecharem uma escola que servia de abrigos para cerca de 70 desalojados, que foram transferidos para outro colégio. Mais de 80 choques, de até 5,1 graus, atingiram a cidade desde sábado. Um policial local contou ao correspondente da BBC na cidade Greg Ward que sua casa resistiu ao terremoto, mas um tremor secundário a partiu no meio. E especialistas alertaram para o perigo de um forte tremor secundário num futuro próximo. "É possível que um choque de até 6 graus ocorra até a semana que vem. Por isso, as pessoas precisam ficar alertas, especialmente as que estão próximas de prédios que já foram danificados", disse à agência de notícias NZPA Ken Gladhill, do Instituto de Ciências Geológicas e Nucleares. "Estamos no terceiro dia pós-terremoto e a adrenalina inicial está sendo substituída por uma grande dose de cansaço. O desânimo das pessoas vem crescendo, à medida que se dão conta da dura realidade que está por vir. E meu emprego? E as escolas? Quando tudo será consertado? Quando minha vida voltará ao normal?", disse o prefeito de Christchurch, Bob Parker. "Mas presenciamos um milagre com esse evento. Um terremoto de 7,1 graus atingiu uma área urbana com cerca de meio milhão de pessoas e todos foram acordados às 4h35 do sábado - todos perdemos algo, mas não perdemos ninguém." O prefeito disse que aproximadamente 15% das residências continuam sem luz, mas alertou que uma das maiores preocupações agora é com a contaminação da água na cidade. Os custos para reconstruir a região foram estimados pelo governo em US$ 1,4 bilhão (cerca de R$ 2,4 bilhões). A Nova Zelândia fica no limite do "Anel de Fogo" do Oceano Pacífico, como é chamado uma área muito vulnerável a terremotos. Além disso, o país ocupa uma área da crosta terrestre onde a Placa tectônica do Pacífico converge com a placa Indo-Australiana e registra mais de 14 mil terremotos por ano, dos quais cerca de 20 chegam a cinco graus de magnitude. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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