Tripulação controla navio dos EUA sequestrado; capitão é refém

Piratas somalis ocuparam embarcação dinamarquesa com bandeira americana nesta quarta-feira

PUBLICIDADE

Por Reuters e Associated Press
Atualização:

A tripulação americana do navio sequestrado nesta quarta-feira, 8, por piratas da Somália teria tomado o controle do cargueiro, segundo afirmaram oficiais do Pentágono. Segundo essa fonte, um pirata ainda estava a bordo, sob controle da tripulação, e os outros três estavam tentando fugir.

 

PUBLICIDADE

O capitão da tripulação, no entanto, foi feito refém pelos piratas em um bote salva vidas. A tripulação está negociando sua libertação oferecendo alimentos.

 

Piratas somalis capturaram a embarcação dinamarquesa de bandeira dos Estados Unidos, com 20 norte-americanos a bordo. Um porta-voz do Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU em Nairóbi disse que entre os produtos estão 232 contêineres da organização que levavam comida para a Somália e Uganda. O Maersk Alabama, de 17 mil toneladas, levava materiais de emergência para Mombaça, no Quênia, quando foi capturado. Foi o sexto navio sequestrado em uma semana na região, o que segundo analistas ocorre pela nova estratégia dos piratas somalis de operarem fora da área onde embarcações internacionais de combate têm patrulhado, no Golfo do Áden.

 

A empresa A.P. Moller-Maersk confirmou que havia 20 norte-americanos a bordo do navio. Uma porta-voz da 5ª Frota da Marinha dos EUA, sediada no Bahrein, disse que é o primeiro ataque "envolvendo cidadãos norte-americanos e uma embarcação de bandeira norte-americana na memória recente". "É do nosso conhecimento que a tripulação assumiu o controle do navio", afirmou um oficial do Pentágono sob anonimato.

 

A Marinha dos EUA confirmou que a embarcação foi capturada no início desta quarta-feira, 480 quilômetros a sudeste de Eyl, cidade no nordeste somali, na região de Puntland. Os piratas somalis são combatentes treinados que frequentemente usam roupas militares e embarcações rápidas com telefones satélite e GPS. Eles costumam ter armas automáticas, lançadores de foguete e vários tipos de granada. Bem afastados da costa, esses navios operam partindo de outros maiores.

 

Muitos dos sequestros terminam com o pagamento de resgates milionários. A pirataria é considerada a principal forma de se fazer dinheiro na Somália, um país há décadas sem um governo estável. Roger Middleton, um especialista em pirataria da Chatham House, de Londres, calcula que os piratas conseguiram US$ 80 milhões em resgates no ano passado.

 

Vários países mantêm navios para patrulhar a área dos ataques, porém trata-se de uma grande extensão, o que dificulta o combate ao problema. No momento do ataque, por exemplo, havia cinco embarcações patrulhando o Golfo de Áden. É a segunda embarcação da A.P. Moller-Maersk, uma empresa privada, capturado por piratas somalis. O primeiro caso ocorreu em fevereiro de 2008. Antes desta última captura, piratas somalis mantinham 14 navios, com aproximadamente 200 pessoas a bordo, segundo o Birô Internacional Marítimo.

Publicidade

 

Atualizada às 16h02

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.