WASHINGTON - A Casa Branca afirmou nesta quinta-feira, 1º, que o presidente Donald Trump decidiu adiar a transferência da embaixada americana para Jerusalém, ao contrário do que havia prometido durante a campanha eleitoral, para ampliar as chances de obter um acordo de paz entre israelenses e palestinos.
Trump assinou uma cláusula derrogatória que mantém a embaixada americana em Tel-Aviv por mais seis meses, de acordo com a prática dos últimos três presidentes dos Estados Unidos que, desde o final dos anos 90, assinam a cada seis meses essa exceção - Obama o fez pela última vez em dezembro.
"O presidente Trump tomou esta decisão para maximizar as possibilidades de negociar com êxito um acordo entre Israel e os palestinos", afirmou a Casa Branca em comunicado. No entanto, de acordo com o porta-voz do governo americano, Sean Spicer, Trump ainda pretende fazer a mudança da representação americana. "A questão não é se a mudança acontecerá, mas apenas quando", disse Spicer.
O porta-voz afirmou ainda que o adiamento assinado por Trump nesta quinta-feira não deve ser considerado um retrocesso do "forte apoio de Trump a Israel" nem da aliança entre os americanos e os israelenses. Segundo Spicer, Trump tenta obter um acordo de paz no Oriente Médio para cumprir com sua "obrigação de defender os interesses de segurança nacional da América".
Palestinos, dirigentes árabes e até mesmo o ex-secretário de Estado americano John Kerry alertaram em várias ocasiões sobre o risco de que haja uma explosão da violência caso a embaixada seja transferida.
Após a decisão, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, manifestou sua "decepção" com o governo americano. "Embora Israel esteja decepcionado com o fato de que a embaixada não será transferida neste momento, apreciamos as manifestações de hoje de amizade do presidente Trump com Israel", disse Netanyahu.
Autoridades palestinas elogiaram a decisão. "Está de acordo com a política americana e o consenso internacional e dá uma oportunidade à paz", explicou o embaixador palestino nas Nações Unidas, Hussam Zomlot, em um comunicado divulgado em Ramallah.
Desde que assumiu, Trump se reuniu com os líderes israelense e palestino em Washington e visitou a região na semana passada, comprometendo-se a buscar um acordo entre eles. / AFP e AP