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Trump demite segundo funcionário do governo que testemunhou contra ele 

O embaixador dos EUA na União Europeia foi demitido algumas horas após a Casa Branca afastar o tenente-coronel especialista da presidência em Ucrânia

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - O presidente Donald Trump e seus assessores levaram pouco tempo para abrir uma campanha de retribuição contra aqueles que ele culpa por seu impeachment, despedindo dois das mais proeminentes testemunhas no processo de impeachment contra ele menos de 48 horas após ser absolvido no Senado. 

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Encorajado por sua vitória e determinado a revidar, Trump demitiu Gordon D. Sondland, embaixador americano para a União Europeia, poucas horas depois de a Casa Branca demitir o tenente-coronel Alexander S. Vindman, um veterano da Guerra do Iraque condecorado que era um especialista em Ucrânia no Conselho de Segurança Nacional da presidência. Ambos os oficiais testemunharam a uma comissão da Câmara sobre os esforços do presidente para pressionar a Ucrânia a ajudá-lo contra seus rivais políticos domésticos.

"Fui informado hoje que o presidente pretende me chamar de imediato como embaixador dos Estados Unidos na União Europeia", disse Sondland em comunicado poucas horas após a demissão do coronel Vindman. Ele expressou gratidão a Trump por ter dado a oportunidade de servir.

Gordon Sondland, embaixador dos EUA na União Europeia, afirmou em depoimento que tratou questões ucranianas sob a direção expressa de Donald Trump Foto: Anna Moneymaker/The New York Times

O coronel Vindman foi escoltado para fora da Casa Branca por agentes de segurança na tarde de sexta-feira e disse que seus serviços não eram mais necessários. Seu irmão gêmeo, tenente-coronel Yevgeny Vindman, que também trabalhou no Conselho de Segurança Nacional, mas não tem nenhuma ligação com o impeachment, também foi demitido e escoltado ao mesmo tempo. Ambos serão enviados de volta ao Departamento de Defesa. Os dois foram os primeiros demitidos a serem levado por seguranças para fora do complexo da Casa Branca.

A expulsão dos irmãos Vindman e Sondland são provas de um esforço mais amplo para um acerto de contas com os inimigos percebidos pelo presidente. Nos dois dias desde sua absolvição no Senado, Trump criticou os que se opunham a ele como a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e o senador Chuck Schumer, líderes democratas, chamando-os de "maus", "corruptos" e "desonestos". Ao mesmo tempo, a secretário de imprensa da Casa Branca declarou que aqueles que feriram o presidente “deveriam pagar por isso”. 

Marie L. Yovanovitch, embaixadora na Ucrânia que foi retirada de seu posto por ser vista como um obstáculo aos planos do presidente, se aposentou do serviço de Relações Exteriores no mês passado. William B. Taylor Jr., que a substituiu, também foi trazido de volta mais cedo. Jennifer Williams, uma oficial de carreira emprestada para o gabinete do vice-presidente Mike Pence, saiu em silêncio recentemente para retornar ao Departamento de Defesa.

Vários que testemunharam já haviam deixado o governo, como Fiona Hill, chefe de políticas da Europa no Conselho de Segurança Nacional, enquanto Kurt D. Volker, enviado especial para a Ucrânia, renunciou dias antes de testemunhar. Outros ainda permanecem em seus postos, incluindo George Kent no Departamento de Estado, Laura Cooper no Departamento de Defesa e David Holmes na embaixada na Ucrânia. / NYT 

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