WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, garantiu nesta sexta-feira, 9, estar “100% pronto” para testemunhar sob juramento a respeito da investigação sobre suas relações com a Rússia e negou ter pedido ao ex-diretor do FBI James Comey que encerrasse a investigação sobre seu ex-conselheiro de Segurança Nacional Michael Flynn.
“Francamente, James Comey confirmou muitas coisas que eu tinha dito, e algumas coisas que ele expôs não são verdadeiras”, comentou o presidente dos EUA em entrevista coletiva ontem na Casa Branca, referindo-se ao testemunho de Comey na quinta-feira.
Ao mesmo tempo, disse estar “100%” disponível para prestar um testemunho sob juramento ao procurador especial e independente designado para investigar o papel da Rússia nas eleições americanas de 2016, Robert Mueller. “Ficarei feliz de poder lhe dizer (a Mueller) o mesmo que estou dizendo agora”, disse Trump.
Trump descartou qualquer possibilidade de conluio de sua equipe de campanha com a Rússia. Negou ainda que tenha havido, de sua parte, tentativa de obstrução de Justiça na investigação sobre o general Flynn.
Em seu depoimento, Comey alegou que Trump o pressionou para que “dissipasse a nuvem” representada pela investigação sobre Flynn, que renunciou em fevereiro por ter mentido sobre suas ligações com a Rússia.
Ao ser questionado sobre o pedido que teria feito a Comey para que “se esquecesse” de Flynn, Trump foi enfático: “Não disse isso. Repito: não disse isso. E, se tivesse dito, não teria feito nada de errado, de acordo com o que venho lendo”.
Logo após ter demitido Comey, no início de maio, Trump afirmou que seria melhor que o ex-diretor não começasse a fazer “vazar” informações para imprensa sobre seus encontros com o presidente, insinuando que ele teria gravações dessas conversas. Ele garantiu que o país “saberá em breve” se existem, ou não, gravações de suas conversas com Comey na Casa Branca.
Na quinta-feira, o ex-diretor do FBI ofereceu um testemunho à Comissão de Inteligência do Senado, durante o qual acusou o presidente de mentir para os americanos. Para Trump, porém, sua posição saiu reforçada após a audiência do ex-diretor.
“Quase não conhecia o homem”, afirmou Trump sobre Comey, acrescentando que a investigação sobre a possível ingerência russa para afetar o resultado das eleições de novembro nos EUA é “uma desculpa” da oposição democrata para justificar sua derrota. “Temos de voltar a dirigir o país”, concluiu Trump. Ele considerou que sua missão é focar em “problemas muito grandes” na Coreia do Norte, no Oriente Médio e na economia.
Como tem sido praxe, Trump e a imprensa americana tiveram mais um momento de rusga. Durante a entrevista, Trump disse que permitiria que jornalistas das “fake news” (notícias falsas), que, segundo ele, o tratam “tão mal”, também fizessem perguntas. / AFP, EFE e AP