WASHINGTON - O presidente dos EUA, Donald Trump, qualificou em sua conta no Twitter de "notícia falsa" a acusação de que sua equipe de campanha trabalhou com a Rússia e, segundo as agências de inteligência, tentou interferir na corrida eleitoral em favor do magnata republicano.
O tuíte do mandatário foi publicado num momento em que os diretores do FBI (polícia federal americana) e da Agência de Segurança Nacional (NSA) se preparam para comparecer diante do Congresso para dar explicações sobre o suposto conluio de Trump com a Rússia e sobre a explosiva acusação do presidente de que seu antecessor, Barack Obama, grampeou seus telefones durante a campanha.
O ex-diretor de inteligência "James Clapper e outros afirmaram que não há provas de conluio do Potus (sigla de “President of the United States”) com a Rússia. Esta história é notícia falsa e todo mundo sabe", escreveu Trump na rede social.
"Os democratas inventaram e impulsionaram a história russa como desculpa por terem realizado uma terrível campanha. Grande vantagem no Colégio Eleitoral e perderam!", acrescentou.
Os chefes do FBI, James Comey, e da NSA, Mike Rogers, falarão publicamente pela primeira vez sobre dois assuntos que estiveram no centro das atenções durante semanas, provocando novos agitos na política americana.
A inteligência dos EUA acusou Moscou de ter hackeado servidores do Comitê Nacional Democrata em 2016, algo que a Rússia negou enfaticamente.
Várias comissões do Congresso iniciaram investigações sobre o assunto, incluindo os comitês de Inteligência de Deputados e do Senado, que têm jurisdição sobre 17 agências de inteligência da nação, assim como as comissões de Justiça de ambas as câmaras.
Muitos legisladores manifestaram sua frustração pela falta de cooperação com o FBI. O titular da comissão de Inteligência da Câmara de Representantes, David Nunes, afirmou no domingo 19 à rede Fox News que, com base em "tudo o que tenho até este momento, não há provas de conluio" entre Trump e a Rússia.
Trump denunciou que, por trás das acusações que pesam sobre ele e seu entorno sobre as supostas conexões com a Rússia, há uma "caça às bruxas".
Enquanto isso, o Congresso também abordará a denúncia de Trump de que o governo de Obama grampeou seus telefones durante a campanha eleitoral.
Jason Chaffetz, presidente do Comitê de Supervisão da Câmara de Representantes, exigiu ver provas das escutas telefônicas das quais Trump alega ter sido alvo. "Se a Casa Branca tem alguma, por favor compartilhe conosco", declarou à rede CNN. / AFP