Ucrânia recebe 1.550 blindados e 230 tanques da Otan para começo de contraofensiva

Secretário-geral da Otan diz que seus 31 aliados estão comprometidos em fortalecer os militares da Ucrânia ‘o tempo que for necessário’

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação

BRUXELAS - Os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e seus parceiros já entregaram 230 tanques e 1.550 veículos blindados à Ucrânia, anunciou nesta quinta-feira, 27, o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg.

PUBLICIDADE

As entregas, acrescentou, também continham “outros equipamentos, incluindo grandes quantidades de munição”, assim como treinamento para “nove outras brigadas blindadas”.

Segundo Stoltenberg, o volume de entregas deixa a Ucrânia “em uma posição muito forte para continuar recuperando território”. Tudo isso, observou ele, representa “mais de 98% dos veículos de combate prometidos à Ucrânia”. Ele afirmou que este apoio foi prestado por meio do grupo de contato liderado pelos EUA para apoiar a Ucrânia.

Soldados da Ucrânia em um campo de tiro para treinamento na região de Donetsk  Foto: David Guttenfelder/The New York Times - 27/4/2023

O secretário afirmou que a Rússia “está disposta a enviar milhares e milhares de tropas, com taxas de baixas muito elevadas, mas continua desafiando as tropas ucranianas”.

O chefe da Otan recordou que visitou Kiev na semana passada e sublinhou que a entidade estará ao lado da Ucrânia “durante o tempo que for necessário”. “Devemos manter o rumo e continuar fornecendo à Ucrânia o que ela precisa para vencer”, disse Stoltenberg em entrevista coletiva com o primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel.

Stoltenberg acrescentou que, durante a cúpula da Otan, em julho na Lituânia, a aliança pretende expandir seu apoio à Ucrânia com um “plano plurianual”.

Ao mesmo tempo, nessa cúpula os aliados vão discutir formas de distribuir o peso de manutenção deste apoio bélico, “porque num mundo mais perigoso temos de investir mais e melhor na nossa defesa”.

Publicidade

China

O anúncio do secretário foi feito um dia depois que o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse que ele e o líder chinês, Xi Jinping, mantiveram um telefonema “longo e significativo” em seu primeiro contato conhecido desde a invasão em grande escala da Rússia há mais de um ano.

Embora Zelenski tenha dito que se sentiu encorajado pela ligação de quarta-feira, a atitude de Xi não pareceu melhorar as perspectivas de paz.

Rússia e Ucrânia estão distantes em seus termos de paz, e Pequim - enquanto procura se posicionar como uma potência diplomática global - se recusou a criticar a invasão de Moscou.

O governo chinês vê a Rússia como um aliado diplomático na oposição à influência dos EUA nos assuntos globais, e Xi visitou Moscou no mês passado.

Stoltenberg disse que os 31 aliados da Otan estão comprometidos em fortalecer os militares da Ucrânia. Segundo ele, retomar os territórios ocupados pelas forças do Kremlin daria a Kiev uma posição de negociação mais forte caso uma mesa de negociações de paz seja estabelecida./AFP, EFE e AP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.