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UE prepara resposta à saída do Reino Unido

Em Paris e Berlim, diplomatas preparam série de reuniões de cúpula para decidir a postura do bloco, que deve incluir reforma de tratados e mais integração

Por Andrei Netto , CORRESPONDENTE e PARIS
Atualização:

PARIS - Ainda em estado de choque com o resultado do plebiscito que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia, líderes políticos de França, Alemanha, Itália e Holanda preparam a resposta do bloco ao terremoto político em Londres. 

Uma série de reuniões diplomáticas e de cúpula está prevista para os próximos quatro dias para definir as primeiras medidas que Bruxelas tomará, e que devem incluir uma nova reforma dos tratados europeus para impedir a implosão do bloco.

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Uma primeira reunião de ministros das Relações Exteriores dos seis países fundadores da União Europeia – França, Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo – deve acontecer neste sábado. O objetivo é definir os contornos da reforma institucional que será realizada. A reunião contará com a presença do ministro alemão Frank-Walter Steinmeier, o francês Jean-Marc Ayrault, o holandês Bert Koenders, o italiano Paolo Gentiloni, o belga Didier Reynders e o luxemburguês Jean Asselborn.

Na segunda-feira, o presidente da França, François Hollande, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, terão uma primeira reunião bilateral preparatória para a cúpula da União Europeia, que acontecerá na terça e quarta-feira.

Em um primeiro pronunciamento, Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu – órgão que reúne os chefes de Estado e de governo –, anunciou que medidas de contenção serão lançadas para evitar a implosão do bloco, que a partir da saída do Reino Unido terá 27 membros, e não mais 28. "Nós estamos determinados a manter a unidade com 27", reiterou. "Trata-se de um momento histórico, mas seguramente não um momento para reações histéricas."

Por ora, a maior preocupação é a coesão política da União Europeia, que perderá com a saída do Reino Unido 18% de seu PIB e 13% de sua população. Mas além disso há consequências práticas que deverão ser estudadas nos próximos meses, como a sorte de 1,3 milhão de expatriados britânicos em países da União Europeia – há 319 mil na Espanha, 249 mil na Irlanda e 171 mil na França. Temas como vistos, seguridade social, planos de saúde, autorizações de trabalho estão em aberto. 

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