A Comissão Européia (CE) anunciou nesta sexta-feira uma contribuição de 105 milhões de euros ao mecanismo internacional temporário de ajuda de emergência ao povo palestino. O mecanismo, que oferecerá ajuda de emergência sem passar pelo governo palestino do Hamas, foi desenvolvido pela União Européia e aprovado no fim de semana passado pelo Quarteto de Madri, integrado por UE, Estados Unidos, Organizações das Nações Unidos (ONU) e Rússia. Os fundos anunciados se dividem em 92,75 milhões de euros para os três capítulos do mecanismo e mais 12 milhões para assistência técnica e apoio à implementação, informou a Comissão Européia em comunicado. Outros dez milhões serão destinados a provisões médicas, através de um programa do Banco Mundial. Mais 40 milhões garantirão o funcionamento de serviços públicos (água e eletricidade), com especial atenção ao abastecimento de combustível para a central elétrica de Gaza. Quarenta milhões serão destinados ao pagamento direto de subsídios, que inclui verbas para os trabalhadores da saúde e as pessoas mais necessitadas. E os 12 milhões para ajuda técnica serão investidos em equipamentos e pessoal no gabinete do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, de onde coordenará a implementação do mecanismo e de outras instituições autônomas, como a Comissão Eleitoral Central. Os elementos do mecanismo referentes a saúde e serviços públicos serão lançados imediatamente, de modo que o pessoal envolvido poderá começar a fazer os primeiros pagamentos individuais no início de julho. União Européia e o governo Hamas Quanto aos subsídios para as pessoas mais necessitadas, "começarão a ser fornecidos assim que estiverem praticáveis", afirmou o comunicado. A CE está trabalhando com vários interlocutores para a implementação deste capítulo. "A União Européia está cumprindo sua promessa de continuar sendo um parceiro confiável do povo palestino. Espero que outros doadores façam em breve ofertas para o mecanismo", afirmou a comissária européia de Relações Exteriores, Benita Ferrero-Waldner. "Poderíamos fazer mais pelos palestinos se o governo da ANP se comprometesse a buscar a paz por meios pacíficos", acrescentou. Após a chegada do Hamas ao governo autônomo palestino, a UE e outros doadores internacionais suspenderam sua ajuda ao governo ou através dele porque o movimento não renunciou à violência nem aceitou os acordos internacionais para o Oriente Médio. A suspensão da ajuda gerou uma grave situação humanitária nos territórios palestinos, por isso se decidiu pela implementação de um mecanismo de ajuda de emergência que não passasse pelo Governo do Hamas.
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