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Vice de McCain quer mais petróleo, mas briga com empresas

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Por MATT DAILY
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A governadora do Alasca, Sarah Palin, defende com entusiasmo a prospecção de novos poços de petróleo no litoral de seu Estado, inclusive em áreas de preservação. No entanto, é firme nas negociações com empresas do setor e aumentou os impostos sobre os produtores de energia que ali atuam. Palin, indicada na sexta-feira como candidata republicana a vice-presidente na chapa de John McCain, é casada com um funcionário da empresa BP, mas já teve atritos com executivos da Exxon Mobil, ConocoPhillips e da própria BP desde que foi eleita. Especialistas dizem que grande parte desses atritos se deve à pressão dela para que as empresas acelerem o desenvolvimento das reservas no Estado, onde fica a baía de Prudhoe, principal bacia petrolífera dos EUA. "Ela é uma porta-voz bem articulada do ponto de vista pró-prospecção, o que vai fornecer um contraste interessante para a oposição", disse Craig Pirrong, diretor do Instituto de Gerenciamento da Energia Global, da Universidade de Houston. O candidato democrata Barack Obama diz que vai priorizar o desenvolvimento de energias renováveis em vez do petróleo, mas admitiu a possibilidade de autorizar a exploração em áreas atualmente vedadas. Tanto Obama quanto McCain são contra a prospecção de petróleo no Refúgio Nacional da Vida Selvagem do Ártico, pois ambientalistas dizem que isso afetaria a fauna e flora locais. Embora contrarie essa posição, Palin promoveu em 2007 um aumento de impostos sobre a produção de gás e petróleo, o que dobrou a receita do Estado nesse setor, que superou 10 bilhões de dólares. Esse imposto foi uma das razões alegadas pela BP e pela ConocoPhillips para suspender novos projetos no Alasca. Palin tenta passar uma imagem de reformista, especialmente depois que seu antecessor foi afetado por um escândalo de caixa-dois eleitoral envolvendo uma empresa de energia, a Veco, que posteriormente faliu. O escândalo também atingiu o senador republicano Ted Stevens, que se diz inocente e disputa a reeleição. "Ela assumiu um patamar ético mais elevado e se distanciou da Veco", disse Jerry McBeath, professor de Ciência Política da Universidade do Alasca em Fairbanks e co-autor do livro "A Economia Política do Petróleo no Alasca". "Ela também tentou reverter a rota estabelecida pelo governo Murkowski, em que o governo negociava diretamente com a indústria do petróleo em segredo". Na quarta-feira, Palin sancionou uma lei que autoriza a eventual concessão de uma licença para que a TransCanada finalmente construa um gasoduto a partir do norte do Alasca. Projetada há três décadas, a obra não sai devido ao custo (26 bilhões de dólares) e a entraves regulatórios. Atualmente, as empresas não têm como transportar combustível desses novos campos de gás para o Canadá e para os 48 Estados contíguos dos EUA. Palin também cassou a licença da Exxon Mobil para explorar gás e petróleo na região de Point Thomson, alegando excessiva demora. A empresa recorreu na Justiça e promete iniciar as perfurações. (Reportagem adicional de Anna Driver, em Houston, e Jeffrey Jones, em Calgary)

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