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Vídeo mostra homem negro sendo imobilizado até a morte por policiais nos EUA

Vítima identificada como Irvo Otieno foi imobilizado até a morte dentro de um hospital psiquiátrico da Virgínia; Otieno tinha problemas de saúde mental

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Por Redação
Atualização:

HENRICO – O vídeo de uma câmera de vigilância de um hospital psiquiátrico estadual na Virgínia, nos Estados Unidos, registrou a morte de um homem negro algemado, identificado como Irvo Otieno, após policiais e membros da equipe médica imobilizá-lo no chão por cerca de 11 minutos, no dia 6 de março.

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A morte de Irvo Otieno, em 6 de março, no Estado da Virgínia, reacendeu o debate sobre como as forças de segurança dos EUA tratam as pessoas com doenças mentais.

A gravação mostra pelo menos sete policiais do Condado de Henrico entrando em uma sala do Central State Hospital no Condado de Dinwiddie e arrastando Otieno, que está algemado. Os agentes o encostaram em uma pequena cadeira e então, quando ele parece fazer um movimento, cercam-no e o forçam a cair no chão, onde o prendem até a morte.

Sete policiais do Condado de Henrico, em sua maioria negros, e três policiais do Central State Hospital em Petersburg foram acusados de assassinato na semana passada. A promotora do Condado de Dinwiddie, Ann Cabell Baskervill, afirma que o jovem morreu “por asfixia” enquanto era “contido fisicamente”.

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Equipe médica cobre corpo de Irvo Otieno com lençol após homem ser asfixiado até a morte em hospital da Virgínia Foto: Promotoria do Condado de Dinwiddie/via Reuters

Baskervill havia anunciado que divulgaria o vídeo publicamente nesta terça-feira, embora alguns advogados de defesa tenham apresentado moções pedindo a um juiz que bloqueasse a divulgação.

Otieno, que lutava contra problemas de saúde mental e havia sido retirado de sua casa três dias antes, foi transferido para o Central State Hospital pelos agentes de uma prisão do condado no início do dia. No vídeo, pessoas que parecem fazer parte da equipe médica são vistos entrando e saindo da sala enquanto os agentes estão sobre Otieno, de 28 anos, prendendo pernas e braços e segurando seu corpo com os joelhos.

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Sua família disse que enquanto Otieno estava na prisão, ele foi privado da medicação necessária para sua doença mental, que não foi divulgada. Eles contestaram os relatórios iniciais da polícia de que ele era violento no primeiro hospital para onde foi levado.

“Todos os sistemas falharam com meu filho”, disse sua mãe, Caroline Ouko, em entrevista na segunda-feira, listando as instituições cujo trabalho era proteger seu bem-estar durante esses três dias, incluindo a polícia, os hospitais e o sistema judiciário. “Eles prepararam uma armadilha para ele.”

Quando o episódio começou, três dias antes, disse Ouko, Otieno parecia estar passando por uma crise mental. Ele caminhou até o gramado de um vizinho e pegou algumas luzes movidas a energia solar instaladas na propriedade e estava batendo na porta da frente do vizinho antes que sua mãe o resgatasse.

Imagem mostra Irvo Otieno, homem negro que morreu após ser imobilizado por policiais nos Estados Unidos. Otieno sofria de problemas de saúde mental Foto: Cedida/via AP

Um vizinho ligou para o Departamento de Polícia de Henrico para relatar uma invasão. Os policiais que responderam colocaram Otieno sob uma ordem de custódia de emergência e o levaram a um hospital “para uma avaliação mais aprofundada”, disse a polícia em um comunicado.

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Naquele hospital, disse a polícia, Otieno foi “agressivo fisicamente” contra os policiais, que o prenderam, levaram-no para a cadeia do Condado de Henrico e fizeram três acusações de agressão a um policial e uma acusação de conduta desordeira no hospital e vandalismo.

Otieno foi mantido na prisão durante o fim de semana e depois foi levado em 6 de março para o hospital estadual. No tribunal, em 15 de março, Baskervill disse que Otieno havia sufocado com o peso dos agentes no hospital estadual e que ele “não estava agitado e combativo”.

Os sete agentes foram colocados em licença administrativa. A xerife Alisa Gregory disse na semana passada que os acontecimentos de 6 de março “representam uma tragédia porque a vida do senhor Otieno foi perdida”. /NYT, AFP

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