O que é criptografia e por que ela é importante para a segurança de dados?

Algoritmos e códigos são utilizados para proteger privacidade na internet; caso Pegasus revelou exposição da tecnologia

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Por Bruna Arimathea
Atualização:
Se você tem aplicativos instalados no celular, a chance de esbarrar com algum tipo de criptografia é bem grande Foto: Pexels

O escândalo do programa Pegasus, usado para espionar celulares de autoridades, empresários e jornalistas, reiterou a preocupação com privacidade e segurança de dados em celulares – a ferramenta hacker se mostrou capaz até mesmo de burlar a criptografia de aplicativos instalados nos aparelhos. Essa camada de proteção não é exclusiva de grandes companhias e provavelmente você deve encontrá-la em seu celular. 

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A criptografia é a instância mais segura de proteção de dados. Ela é responsável por “trancar” as informações e não permitir que terceiros as interceptem, como servidores de hospedagem das informações ou mesmo a empresa dona do aplicativo. É essa a definição de criptografia de ponta a ponta, utilizada no WhatsApp, por exemplo.

Se você tem aplicativos instalados no celular, a chance de esbarrar com essa tecnologia de segurança é bem grande. Tire suas dúvidas sobre o que é a criptografia e como ela está presente no cotidiano.

O que é criptografia?

A criptografia por si só é a codificação de qualquer informação dentro de um sistema na internet, tornando impossível que terceiros leiam esse conteúdo – seja uma senha, uma mensagem ou mesmo dados sigilosos fornecidos em formulários de compras online, por exemplo. Se o provedor usar essa tecnologia, as informações ficarão codificadas para que ninguém tenha acesso. 

É como colocar um cadeado naquele conjunto de dados. Por meio de um sistema específico, todas as informações submetidas à criptografia passam por um algoritmo que “tranca” o acesso a elas, modificando a estrutura do dado. Para acessá-las, é necessário uma chave para destrancar os dados para a leitura.

Para que serve a criptografia?

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A criptografia é usada na proteção de informações contra terceiros, que podem ser hackers ou até mesmo empresas interessadas em dados sigilosos – o objetivo é barrar a visualização de conteúdos. Em maior ou menor escala, a criptografia é utilizada em quase todas as interações na internet.

Em geral, esse é o método mais eficiente existente para garantir a segurança de dados. E foi isso o que preocupou no caso de espionagem do Pegasus: o programa se mostrou poderoso ao ponto de furar os códigos criptografados e acessar informações protegidas em apps nos celulares de autoridades e empresários no mundo todo. 

Onde a criptografia é usada?

Em vários níveis, a criptografia pode levar a mensagem de um aplicativo para o outro, sem que ninguém tenha acesso ao conteúdo no meio do caminho. Pode também assegurar que os dados pessoais incluídos em formulários estejam disponíveis apenas para um serviço específico – como lojas de e-commerce ou apps de banco. A criptografia pode ainda proteger pastas e arquivos dentro do seu computador e celular, evitando acessos em caso de roubo ou perda do dispositivo.

Além disso, sites que começam com “https” (e não http), por exemplo, indicam que a criptografia é usada em informações naquele ambiente. 

Existe mais de um tipo de criptografia?

Sim. Existem diferentes tecnologias aplicadas à criptografia que mudam a forma como a informação será codificada e como ela será destrancada. As variações podem ocorrer na quantidade de bits, que determina quantas chaves secretas diferentes o sistema pode gerar, e por técnicas, que podem envolver escalas logarítmicas para a combinação de chaves, por exemplo.

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Porém, a forma mais fácil de olhar para essa tecnologia é dividindo a criptografia em chaves simétricas e chaves assimétricas. As simétricas costumam ser um pouco mais simples, utilizando a mesma decodificação para o receptor e para quem envia, por exemplo. 

Já a criptografia de chave assimétrica oferece uma camada maior de segurança por depender de ações diferentes de decodificação. Neste caso, a chave que “traduz” a informação gerada não é a mesma que decodifica o dado que foi enviado – são duas chaves diferentes para uma só informação.

Eu tenho serviços com criptografia?

Se você tem no seu smartphone aplicativos de banco ou mesmo mensageiros – como WhatsApp e Telegram –, certamente existe um serviço de criptografia no seu dia a dia digital. 

Isso porque esses aplicativos precisam garantir que as informações fornecidas ali, como as suas conversas no WhatsApp , não sejam vistas por terceiros – o que pode gerar fraude, golpes e outros crimes e prejuízos

No WhatsApp, por exemplo, é utilizada a criptografia de ponta a ponta. Nessa tecnologia, o código atua no conteúdo das conversas do momento em que ele sai do mensageiro de quem envia até o momento em que o conteúdo chega no app de quem está recebendo a mensagem. No Telegram, o processo ocorre de forma semelhante, mas apenas na função chat secreto do app.

Em apps de bancos, em geral, a criptografia usada é do tipo TLS – uma chave assimétrica – para proteger as informações da conta e evitar fraudes. Sites, como e-commerces, utilizam uma tecnologia semelhante, já que também realizam transações bancárias.

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*É estagiária sob supervisão da repórter Giovanna Wolf 

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