Spotify cresce base de assinantes para 205 milhões de contas

Usuários ativos somam 489 milhões em todo o mundo

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Por Redação
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O Spotify apresentou crescimento na base de assinantes da plataforma durante o último trimestre de 2022, quando registrou 205 milhões de contas, aumento de 14% em relação ao mesmo período de 2021. As informações foram apresentadas em balanço financeiro nesta terça-feira, 31.

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Em usuários ativos, que inclui aqueles que não pagam pelo serviço e são impactados por anúncios, o Spotify contabilizou 489 milhões, aumento de 20% em comparação com o ano anterior e superando a projeção da própria empresa. Para justificar o salto, a companhia destacou o crescimento na Índia e na Indonésia como resultado das campanhas publicitárias, bem como apontou a força de sua oitava campanha Wrapped e a temporada de festas como impulso.

O Spotify registrou prejuízo de € 270 milhões, ante prejuízo de € 39 milhões de um ano antes. A empresa diz que as despesas operacionais foram afetadas pelo crescimento do número de funcionários de sua equipe de vendas de anúncios, investimento em plataforma e aquisições, bem como despesas gerais de publicidade mais altas.

No trimestre de dezembro, a receita aumentou 18%, para € 3,1 bilhões, um pouco abaixo das expectativas da empresa, de € 3,2 bilhões. O Spotify disse que o crescimento da receita superou as expectativas, excluindo o impacto do câmbio estrangeiro.

Por categoria, as assinaturas aumentaram 18%, somando € 2,72 bilhões. Já a receita publicitária aumentou 14%, cerca de € 449 milhões. A receita de anúncios, que se tornou uma área de crescimento específica para o Spotify à medida que expande a área de podcast, representou 14% da receita total do período.

Para o trimestre atual, de 2023, a empresa prevê usuários que o número de usuários ativos mensais atinja 500 milhões, enquanto o de assinantes seja de 207 milhões. Ek declarou que espera que a receita seja de € 3,1 bilhões.

Como resultado do crescimento de usuários, as ações da empresa, com sede em Estocolmo, subiram cerca de 10% na manhã de terça-feira na Bolsa de Nova York.

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Reorganização

A empresa de áudio, que demitiu funcionários na semana passada e reorganizou seu alto escalão da empresa, disse que pretende se tornar um negócio mais eficiente em 2023, após um intenso período de gastos.

A diretora de conteúdo e publicidade do Spotify, Dawn Ostroff, vai deixar a companhia. Ela liderou a expansão da empresa em podcasts, ajudando a adquirir estúdios e assinar acordos com figuras importantes como Joe Rogan, Michelle Obama e Kim Kardashian.

Na semana passada, o Spotify demitiu cerca de 600 funcionários, ou cerca de 6% de sua força de trabalho, como parte de medidas mais amplas de corte de custos depois que a empresa de streaming começou a gastar muito durante a pandemia de covid-19.

Em conferência com analistas e investidores, o presidente executivo do Spotify, Daniel Ek, declarou que a estratégia da companhia não mudou e que o CEO acredita que tomou a decisão correta para o negócio. “Eu faria de novo”, disse, apontando para o crescimento de usuários e melhoria de produtos ao redor do mundo.

Área de podcasts

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Ek disse também que, há quatro anos, quando o Spotify entrou no mercado de podcasting, a principal empresa que havia dominado a área por 20 anos (a Apple) foi considerada inatacável. O CEO disse que o Spotify não só tirou os usuários de outras plataformas, mas também aumentou significativamente o meio.

Daqui pra frente, disse o executivo em entrevista, “você pode esperar que a gente olhe para todos esses investimentos e os dobre no que funciona. E vai haver coisas que não funcionaram, conforme o esperado, e coisas que não vamos dar continuidade”.

Ek afirmou que a reorganização da empresa (que centraliza a maioria do trabalho de tecnologia e produto sob Gustav Söderström, como chefe de produtos, e as áreas de negócios sob Alex Norström, como chefe de negócios) tem como objetivo aumentar a velocidade e a eficiência.

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“O Spotify é um negócio muito mais complexo do que era há muitos anos”, disse Ek. “Ter o Gustav e o Alex me ajudando no dia-a-dia desse negócio mais complexo vai significar, materialmente, que temos mais cérebros pensando nessas coisas”.

Antes de o trimestre começar, o Spotify introduziu sua expansão para livros em áudio (audiobooks), outro passo na evolução da empresa de apenas um serviço de streaming de música para um negócio de áudio diversificado. Os usuários já podem comprar e ouvir um catálogo com mais de 300 mil títulos de autores independentes e de grandes editoras pagando pelo download.

Na terça-feira, Ek disse que o negócio é ver alguns sinais encorajadores, mas levar o Spotify e a categoria de audiobook onde ele quer vai levar tempo.

Ek disse que as políticas da App Store, da Apple, atrapalharam o lançamento das suas ofertas de audiobook. O Spotify direcionou os usuários a fazerem compras através de um navegador na web, em vez de fazer dentro do aplicativo. Embora seja uma experiência de usuário complicada, a movimentação significa que a Apple não vai abocanhar mais de 30% de comissão por cada transação. O Spotify vem brigando há anos com a Apple pela política de compras dentro de aplicativos.

Durante anos, os executivos disseram que a empresa daria prioridade ao investimento sobre os lucros, enquanto trabalhava para atrair usuários em todo o mundo e expandir para novas formas de áudio. Mas, no fim do ano passado, a empresa indicou que a lucratividade deve melhorar este ano, à medida que sai de um período de pesados investimentos.

Na terça-feira, a empresa chamou 2022 de “ano de investimento” e disse que espera mais eficiência em toda a empresa e que a receita vai começar a crescer mais rápido do que as despesas operacionais.

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