Uber perde diretor de tecnologia e pode cortar 20% das vagas

Thuan Pham estava no Uber desde 2013; corte de funcionários pode atingir mais de 5 mil pessoas

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Por Redação Link
Atualização:
Uber enfrenta redução de até 80% em corridas em alguns mercados Foto: Geoffrey Van Der Hasselt/AFP

Thuan Pham, veterano diretor de tecnologia do Uberestá de saída da empresa, segundo um comunicado emitido na terça-feira, 28. O vietnamita estava no Uber desde 2013. Além da saída do executivo, o Uber também pode demitir cerca de 20% de seus funcionários, segundo o site americano The Information

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Pham era um executivo remanescente de quando a empresa ainda era comandada por Travis Kalanick. À época dos escândalos que envolveram o cofundador e ex presidente do Uber, incluindo acusações de assédio sexual e moral dentro da empresa, Pham foi um dos únicos executivos que não renunciaram ao cargo.

“Embora o trabalho nunca esteja terminado, sinto-me à vontade para pendurar o chapéu no momento em que a equipe de engenharia da Uber está com o máximo de produtividade. Criamos escala e estabilidade robustas do sistema e estamos bem preparados para enfrentar o futuro”, disse Pham. "Este foi um trabalho de amor para mim e estou muito orgulhoso do que fizemos como equipe".

Pham nasceu no Vietnã, mas em 1979 fugiu para os Estados Unidos com a mãe e o irmão. Graduado no MIT, o executivo trabalhou com engenharia em empresas como Westbridge Technology, DoubleClick, que pertence ao Google, e VMware, antes de chegar ao Uber.

Demissões

De acordo com o site americano The Information, o corte de 20% de vagas do Uber pode afetar até 5,4 mil funcionários, em uma ação que poderia durar semanas. Com a pandemia de coronavírus e a diminuição das atividades no aplicativo, o presidente executivo da empresa Dara Khosrowshahi disse para investidores, em março, que a empresa estava projetando um cenário que queda de 80% no volume de viagens.

Se efetuar o plano de corte, será a segunda vez em pouco tempo que o Uber afeta uma grande quantidade de funcionários. No ano passado, a empresa demitiu cerca de mil funcionários das áreas de engenharia, produtos e marketing, para ajustar as contas e resolver déficits da empresa. 

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Lyft também demite

Nesta quarta-feira, 29, o Lyft, rival do Uber nos EUA, anunciou que vai cortar 17% das vagas de trabalho, o que representa quase 1.000 funcionários. Também afetada pelo coronavírus, a empresa trabalha com medidas para diminuir o impacto financeiro da crise. 

Outros 288 funcionários entrarão em licença e outros ainda terão redução de salário por um período de três meses. Os executivos também vão fazer parte do corte de gastos. Para eles, a redução salarial varia entre 20% e 30%. Ainda, o conselho administrativo voluntariamente renunciou 30% do salário referente ao segundo trimestre de 2020, na tentativa de frear as perdas.

Segundo o The Information, o Lyft teve perda de 75% das atividades durante a pandemia. A receita mensal da empresa, depois do pagamento aos motoristas, não deverá ultrapassar os US$ 150 milhões, em comparação a arrecadação de US$ 260 milhões no primeiro trimestre do ano passado.

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