Brasileira diz à polícia suíça que sofreu aborto em banheiro de estação após agressão

Autoridades de Zurique afirmam em comunicado que circunstâncias que levaram a ferimentos 'não estão claras'.

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Por Marcio Damasceno
Atualização:

A polícia de Zurique afirmou nesta quinta-feira em um comunicado que a advogada brasileira Paula Oliveira, que teria sido agredida por neonazistas na cidade, disse a investigadores que sofreu um aborto logo depois do ataque, na segunda-feira. "A mulher diz que foi atacada por três homens, que a atacaram com chutes e a feriram com um estilete", diz a nota. "Além disso, ela disse que estava grávida e que, após o ocorrido, teve um aborto dentro do banheiro próximo da estação." "A mulher foi levada para o hospital para realizar mais exames e foi realizada uma ampla busca no local do crime", acrescenta o comunicado. "Não é possível dar mais informações sobre os exames médicos." A polícia também confirmou que Paula foi encontrada com "ferimentos sperficiais de objetos cortantes" na pele e que, neles, "podiam ser reconhecidas em diversas partes do corpo letras isoladas". Fotos da brasileira divulgadas pela imprensa no Brasil mostram que, nas pernas de Paula, é possível ler a sigla "SVP" escrita com cortes. A sigla é a mesma de um partido político suíço de plataforma nacionalista. O comunicado diz que a "circunstância que levou a esses ferimentos não está clara" e que a polícia "investiga e procura testemunhas". A polícia afirma no comunicado que recebeu uma ligação às 19h30 de segunda-feira de um homem que pedia ajuda para a brasileira, que estava na estação de trem Stettbach. "As circuntâncias exatas do incidentes não estão claras. A polícia investiga em todas as direções. Pedimos a pessoas que estavam no local pouco depois das 19h30 e que tenham observado algo suspeito que entrem em contato com a polícia." O Ministério das Relações Exteriores confirmou na noite da quarta-feira que o relato de Paula sobre o episódio em Zurique. No momento da agressão, segundo o Itamaraty, ela estaria falando ao telefone celular em português com a mãe, o que reforçaria a hipótese de que o crime teria sido cometido por um grupo xenófobo. O Itamaraty informou ainda que Paula recebeu a visita de um funcionário do consulado brasileiro em Zurique. A cônsul-geral do Brasil na cidade, Vitória Clever, está em contato com as autoridades suíças para acompanhar as investigações sobre o caso. O pai da brasileira já desembarcou em Zurique para acompanhar a recuperação da filha. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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