Com Eco-Energy, Copersucar ganha fôlego em mercados crescentes

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Por Redação
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O investimento da Copersucar na Eco-Energy, dos EUA, na qual terá o controle, permitirá à companhia brasileira ter ganho de escala nos mercados em que vislumbra demanda crescente, disse o diretor-presidente da companhia nesta segunda-feira. "Estamos falando de um mercado de demanda crescente", disse Paulo Roberto de Souza, lembrando da perspectiva de mudança da mistura do etanol na gasolina nos EUA, dos atuais 10 por cento para o E15. Além disso, ele ressaltou a perspectiva de mudança na mistura no Brasil também, passando no ano que vem para 25 por cento, o que elevaria a demanda por etanol anidro no país. O acordo também facilitará o fluxo de comércio do biocombustível entre o Brasil e os EUA, com a Copersucar exportando o etanol de cana para os norte-americanos e trazendo para o país o produto à base de milho, como já vem acontecendo no mercado de forma geral. A Copersucar planeja duplicar a comercialização atual da Eco-Energy, para 9 bilhões de litros de etanol, em um prazo de três anos. A título de comparação, a Copersucar prevê comercializar no Brasil 4,8 bilhões de litros na atual temporada (2012/13). O executivo destacou que a Copersucar, maior exportador de açúcar e etanol do Brasil, terá maior acesso aos principais clientes norte-americanos, ou seja, os "oilmakers", como Chevron, Exxon. Segundo ele, estas empresas estão buscando ter acesso ao pacote de biocombustíveis, comprando o etanol de milho, de cana e biodiesel para cumprir a legislação da mistura nos EUA. "Nosso trabalho conjunto, com fortalecimento de posição de capital da Copersucar, viabiliza dobrar o tamanho da Eco-Energy", disse. "Não é uma sinergia de resultado, mas de tamanho de negócios, e posicionamento de etanol no mundo", acrescentou. A Copersucar prevê faturar 15 bilhões de reais neste ano. Já a Eco-Energy deverá faturar mais de 6 bilhões de reais, segundo o diretor-presidente. PRESENÇA INÉDITA O presidente do Conselho de Administração, Luís Roberto Pogetti, ressaltou que se trata de operação inédita, com uma brasileira assumindo o controle de uma companhia nos EUA. "Com esta operação, estamos internacionalizando a Copersucar no mercado de etanol, passamos a ser empresa brasileira investidora nos Estados Unidos, controladora de uma operação lá", ressaltou Pogetti. A empresa estima um prazo entre 30 e 45 dias para a avaliação dos órgãos legais e regulatórios dos Estados Unidos sobre a operação anunciada nesta segunda-feira. As companhias continuarão trabalhando de forma independente, uma vez que existem diferenças significativas nos sistemas operacionais, em função das condições climáticas e das características do cultivo da cana e do milho. "A gente passa a ter mitigação de risco, ao estar posicionado em etanol, a partir de duas matérias-primas diferentes... em dois hemisférios, em condições climáticas diferentes", observou Souza. (Reportagem Fabíola Gomes)

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