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Comissão da OEA julgará violência policial no RJ

Por PEDRO DANTAS
Atualização:

A violência policial no Rio estará no banco dos réus na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, nos Estados Unidos. O assassinato do recruta do Exército Wallace de Almeida no Morro da Babilônia, em 1998, até hoje sem solução, voltará à OEA que, em 2004, instaurou "processo de solução amistosa" do caso. Desta vez, se a Comissão entender que nada foi feito, o caso será encaminhado à Corte Interamericana da OEA, que pode condenar o União a indenizar os familiares das vítimas, punir os envolvidos e adotar ações combate à violência policial. Segundo a denúncia, Wallace foi morto ao ser baleado durante uma operação policial no morro onde morava, agonizou 20 minutos sem socorro, foi arrastado até o carro de polícia e morreu no hospital. Acusados pela morte de Wallace, sete policiais do 19º Batalhão de Polícia Militar de Copacabana foram indiciados, mas ainda não foram julgados. O dossiê descreve o processo e mostra que a família da vítima continua sob ameaça de morte. Entre os outros sete casos apresentados pela ONG Justiça Global para ilustrar a política de Segurança Pública no Rio está a operação policial no Complexo do Alemão, no dia 27 de junho, descrita pelo relatório como "uma ação de extermínio", que teria resultado em mais mortes do que os 19 óbitos anunciados oficialmente. O relatório denuncia que este ano 845 pessoas já morreram em confronto com a polícia e 20 policiais morreram, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP). O documento acusa o Secretário da Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, por "assumir uma ação temerária, que trabalha com a concepção que mortes são necessárias no enfrentamento a criminalidade".

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