Coreia do Norte desafia EUA com novos lançamentos de mísseis

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Por JON HERSKOVITZ
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A Coreia do Norte lançou sete mísseis balísticos no sábado, segundo o Ministério da Defesa da Coreia do Sul, em um ato de desafio aos Estados Unidos no Dia da Independência norte-americana, aumentando as tensões regionais. A agência de notícias Yonhap, da Coreia do Sul, afirmou que os mísseis eram "tipo-Scud" e caíram no mar, marcando uma escalada recente da reclusa Coreia do Norte, que lançou vários mísseis não-balísticos de curta-distância desde o teste nuclear de 25 de maio. A Coreia do Norte é proibida por resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) de lançar mísseis do tipo Scud. Uma autoridade do Ministério da Defesa sul-coreano afirmou que mais mísseis podem ser lançados em breve. Os lançamentos ocorreram enquanto os EUA intensificaram a pressão a empresas suspeitas de ajudar o país a negociar armas e mísseis, alvos de sanções da ONU impostas após o teste nuclear e uma fonte vital de recursos estrangeiros para o país. Segundo a Yonhap, autoridades anônimas da Coreia do Sul disseram que os lançamentos podem ter a intenção de enviar uma mensagem a Washington, o principal inimigo da Coreia do Norte que por anos tenta pressionar Pyongyang a acabar com suas ambições nucleares que ameaçam os aliados norte-americanos Coreia do Sul e Japão. Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado pediu que a Coreia do Norte evite aumentar as tensões. "Nós temos conhecimento sobre possíveis lançamentos de mísseis pela Coreia do Norte e estamos monitorando de perto as atividades e intenções da Coreia do Norte", disse Karl Duckworth. "A Coreia do Norte deveria evitar as ações que agravam as tensões e se concentrar nas negociações para desarmamento nuclear", adicionou. "Esse tipo de comportamento não é produtivo. O que a Coreia do Norte precisa fazer é cumprir suas obrigações internacionais e seus compromissos." Rússia e China pediram calma, afirmando que todos os lados deveriam evitar ações que possam desestabilizar a região. Já França e Grã-Bretanha condenaram os testes de mísseis. "As mais recentes provocações só vão servir para fortalecer a nossa determinação enquanto trabalhamos com parceiros internacionais para implementar as medidas robustas da resolução do Conselho de Segurança da ONU aprovada por unanimidade no mês passado", disse o secretário das Relações Exteriores britânico, David Miliband. O objetivo era ver a Coreia do Norte retornar às negociações, ele adicionou. A Coreia do Norte aumentou a tensão recentemente ao declarar que deu início a um programa de enriquecimento de urânio, ameaçando atacar o Sul e extraindo plutônio em uma usina nuclear de Yongbyon. Analistas dizem que as ações têm o objetivo de assegurar apoio interno ao líder Kim Jong-il, de 67 anos, que prepara seu filho mais novo para sucedê-lo. (Reportagem adicional de Aiko Hayashi em Tóquio, So Eun-kyung em Seul e Arshad Mohammed em Washington).

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