Desempenho do avião contribuiu para acidente, diz ação

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Por Carolina Spillari
Atualização:

O design e o desempenho do Airbus A330 que fazia o trecho Rio-Paris teriam tido um papel decisivo e não-negligenciável nos acontecimentos que levaram à catástrofe. Essa é argumentação de ação simultânea de dois escritórios, um no Brasil e outro na França, responsabilizando a Air France e o Airbus A330 pelo acidente.Os escritórios franco-brasileiros Martin-Chico Internacional e Azevedo Sette Advogados impetraram a ação contra a Air France e a Airbus no último dia 20 de maio, na corte de Toulouse, na França, em regime de urgência. Foram analisados os dados transmitidos à Air France pelo sistema ACARS nos quatro últimos minutos antes do desaparecimento do voo AF 447, no dia 1º de junho de 2009. Segundo os advogados da causa, a teoria a respeito da catástrofe é inédita e contrapõe o Escritório de Investigações e Análises da França (BEA, na sigla em francês) sobre o assunto.Outro ponto defendido é que as mensagens revelam uma sequência importante de disfunções críticas na zona de turbulência e isso teria deixado o avião sem controle e em despressurização acelerada.Os pilotos teriam agido ''às cegas'', já que os ADIRU, elementos indispensáveis para a navegação segura do Airbus 330, puseram o avião em "alternate mode". Nesse modo, os pilotos não tinham informações básicas como o direcionamento, altitude do avião, limites de manobra e, em geral, sem muitas das proteções disponíveis na aeronave.A defesa das famílias das vítimas reforça ainda mais sua teoria quando analisa outros elementos relacionados ao acidente como a dispersão grande dos corpos nus das vítimas, dos escombros do aparelho e a certificação de que houve mortes antes do contato com a água. "De acordo com esses estudos, a despressurização grave poderia ter sido resultada de um desprendimento do estabilizador vertical que poderia ter provocado um a explosão acarretando a destruição de parte da fuselagem", analisam os advogados em nota.A estrutura teria tido um papel fundamental que colaborou para o acidente. "O mau funcionamento das sondas Pitot já era conhecido há dez anos, assim como a fragilidade estrutural da fixação do estabilizador na fuselagem dos aviões da Airbus", defendem os escritórios franco-brasileiros Martin-Chico International e Azevedo Sette Advogados.

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