Dólar cai pelo 2º dia e vai a R$2,35, de olho em BC e Fed

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Por BRUNO FEDEROWSKI
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O dólar fechou em queda ante o real nesta segunda-feira, fechando a 2,35 reais pela primeira vez em duas semanas, com fluxos de entrada de divisa e após o Banco Central anunciar o início da rolagem dos swaps cambiais que vencem em fevereiro, além da expectativa de que a redução do estímulo econômico nos Estados Unidos continuará sendo gradual. A moeda norte-americana perdeu 0,60 por cento, para 2,3509 reais na venda. Na mínima do dia, a divisa chegou a cair mais de 1 por cento, para 2,3394 reais. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1 bilhão de dólares. "Num contexto de dados fracos sobre o mercado de trabalho norte-americano, a decisão do BC de começar a rolar os vencimentos em fevereiro levou o mercado a comprar um pouco de real", afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo, que acredita que a rolagem deve ser integral. O dólar já abriu os negócios em queda ante o real, com os investidores reagindo à decisão do BC de iniciar na próxima quinta-feira o processo de rolagem dos swaps que vencem em 3 de fevereiro no valor equivalente a 11,028 bilhões de dólares. A autoridade monetária vem rolando todos os swaps que venceram desde que o início do programa de intervenções diárias no câmbio, em agosto passado, à exceção dos vencimentos em novembro. Nesta manhã, o BC deu continuidade às rações diárias, vendendo a oferta total de 4 mil swaps tradicionais com vencimento em 2 de maio de 2014. A operação teve volume financeiro equivalente a 199,2 milhões de dólares. O dólar recuou nesta sessão frente a boa parte das moedas de perfil semelhante ao real, ainda reagindo à percepção de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, continuará reduzindo gradualmente seu programa de compra de títulos. O dólar australiano, por exemplo, avançava quase 0,90 por cento ante a moeda dos EUA, que recuava cerca de 0,20 por cento frente ao peso chileno. "Os números sobre os EUA de sexta-feira foram muito surpreendentes. É natural que eles continuem pressionando o dólar hoje", afirmou o operador de uma corretora nacional. A maior economia do mundo abriu 74 mil postos de trabalho em dezembro, pior resultado desde janeiro de 2011 e abaixo da estimativa de analistas, que previam 196 mil. A moeda norte-americana chegou a ter queda mais intensa no início da tarde, reagindo a fluxos de entrada de divisas no país. Segundo analistas, o movimento de desvalorização do dólar também teve origem com especulações sobre a captação de recursos da Petrobras na semana passada e quando esses recursos poderiam entrar no país. A petroleira emitiu na terça-feira 3,05 bilhões de euros em títulos de vários vencimentos e 600 milhões de libras com prazo de 20 anos, mas não informou se vai internalizar esses recursos. Segundo o especialista em câmbio da Icap Corretora, Italo dos Santos, esse movimento especulativo acabou perdendo força ao longo do dia, e o dólar acabou fechando longe das mínimas da sessão.

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