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Economistas cravam Selic a 10,25% esta semana e elevam projeção de IPCA em 2014 a 6%

Por Camila Moreira
Atualização:

Economistas de instituições financeiras mantiveram a perspectiva de que a Selic será elevada em 0,25 ponto percentual nesta semana e mantiveram a projeção para a taxa básica de juros neste ano, ao mesmo tempo em que elevaram a estimativa para a inflação em 2014 a 6 por cento. Pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira mostrou que os economistas não mudaram suas contas para a Selic neste ano, a 10,50 por, cento pela sétima semana seguida, patamar que será alcançado em fevereiro com mais um aumento de 0,25 ponto percentual. O Comitê de Política Monetária (Copom) divulga na quarta-feira o futuro da Selic, atualmente em 10 por cento, pressionado pelo nível acima do esperado da inflação no ano passado. O IPCA encerrou 2013 com alta de 5,91 por cento, dentro da tolerância da meta oficial mas acima do resultado do ano anterior. "Acho que a projeção desta semana já incorpora o dado do IPCA. Mas para o fim do ano, o cenário continua muito incerto. Há um conjunto de riscos e incertezas que acho que vão levar a um novo ciclo de alta lá para o fim do ano", avaliou o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Gonçalves para quem a Selic pode encerrar o ano em 10,50 ou 11 por cento. Pesquisa da Reuters mostrou que 29 de 44 economistas consultados esperam que o BC eleve a Selic em 0,25 ponto percentual na quarta-feira, enquanto 14 veem alta de 0,50 ponto. De acordo com o Focus, após alcançar 10,5 por cento em fevereiro, a Selic passaria a subir novamente em janeiro de 2015 com nova alta de 0,25 ponto. A taxa básica encerraria 2015 a 11,50 por cento, acima da projeção anterior de 11,25 por cento. A mediana das estimativas do Top-5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções nesse período, também vê alta de 0,25 ponto percentual nesta semana e novo aumento na mesma proporção em fevereiro. Mas aponta nova elevação de 0,50 ponto em outubro --logo após o segundo turno das eleições presidenciais-- e de 0,25 ponto em dezembro, encerrando 2014 a 11,25 por cento. Para 2015 a perspectiva é de 11,50 por cento O mercado de juros futuros mostrava divisão em relação à decisão do Copom na quarta-feira, embora a perspectiva de alta de 0,5 ponto na Selic tenha crescido um pouco. "Não dá para descartar alta de 0,5 ponto (nesta semana) caso o BC esteja preocupado em coordenar as expectativas de inflação", avaliou o economista do Banco Tokyo-Mitsubishi, Mauricio Nakahodo, que ainda mantém projeção de dois aumentos de 0,25 ponto em janeiro e fevereiro. INFLAÇÃO O cenário apresentado pelo Focus para a inflação neste ano, entretanto, é de preços ainda mais altos, com a mediana das projeções apontando que IPCA a 6 por cento neste ano, ante 5,97 por cento anteriormente, e aproximando-se do teto da meta oficial do governo, que é de 4,5 por cento com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos. "(O aumento da projeção esta semana) foi uma reação ao IPCA do ano passado, mas agora os economistas vão esperar um pouco mais para revisar a projeção", completou Nakahodo. Os riscos de alta vêm principalmente da valorização do dólar ante o real por conta das incertezas em relação ao estímulo monetário dos Estados Unidos, além da robustez do mercado de trabalho brasileiro, segundo os economistas. Em 2015, a perspectiva para o IPCA foi mantida em 5,50 por cento. Para a inflação nos próximos 12 meses, por sua vez, a perspectiva foi ligeiramente corrigida a 5,99 por cento, ante 6,0 por cento na pesquisa anterior. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o Focus mostrou que a expansão em 2013 teve ter sido de 2,27 por cento, ante 2,28 por cento estimados na pesquisa anterior. Para 2014, a projeção foi a 1,99 por cento, acima do 1,95 por cento, enquanto para 2015 a expectativa de expansão recuou 0,2 ponto percentual, a 2,48 por cento. (Edição de Alexandre Caverni e Patrícia Duarte)

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