Estudantes da USP decidem manter ocupação na reitoria

Após assembléia-geral dos estudantes, ocupação e reivindicações continuam

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Por Redação
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Os estudantes da Universidade de São Paulo (USP) decidiram na sexta-feira, 1º, à noite manter por tempo indeterminado a ocupação do edifício da reitoria da instituição. Em assembléia-geral, foi aprovada a manutenção da reivindicação de revogação de decretos do governo que, segundo os alunos, ferem a autonomia universitária. Os estudantes também aprovaram a requisição para realização de uma "estatuinte" na universidade, ou seja, de uma assembléia geral para a elaboração de um novo estatuto. A assembléia contou com aproximadamente mil pessoas e ocorreu um dia após o governador José Serra publicar no Diário Oficial do Estado de São Paulo um decreto declaratório que reformulou as cinco medidas publicadas anteriormente sobre a educação no Estado. A professora titular de direito administrativo da Faculdade de Direito da USP, Odete Medauar, afirmou que a redação anterior dos decretos, assinados pelo governador no início do ano, possibilitava a interpretação de uma interferência na autonomia universitária. No entanto, a revisão, segundo ela, "deixa claro que os decretos não se aplicam à universidade e somente a outras áreas da administração que não têm a autonomia assegurada pela Constituição". Na próxima segunda-feira, deve ocorrer uma nova reunião entre alunos e a reitora da USP, Suely Vilela, e também mais uma assembléia dos estudantes. "Os alunos têm interesse em manter a negociação desde o dia 3 de maio início da ocupação. Nossa expectativa é que a negociação continue a partir de segunda-feira", disse Carlos Gimenez, da comissão de comunicação do movimento de ocupação, estudante de Ciências Sociais.

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