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Estudo questiona necessidade de cirurgia em ruptura de disco

A pesquisa comprova que pacientes que não passam por operação não ficam com o nervo ciático danificado permanentemente, como se acreditava

Por Agencia Estado
Atualização:

Um estudo publicado pelo The Journal of the American Medical Association apontou que pessoas com ruptura de disco normalmente se recuperam passando ou não por cirurgia, informou o jornal The New York Times. O relatório indica que a cirurgia alivia a dor mais rapidamente, mas todos os pacientes acabam se recuperando e não há contra-indicações em esperar pela melhora. Com este resultado, a prática médica pode mudar. A princípio, o estudo foi criticado, já que muitos cirurgiões diziam saber que a operação funcionava e que não seria ético deixar seus pacientes participarem do estudo. Aqueles que passaram pela cirurgia relataram alívio imediato da dor. Já três ou seis meses depois, pacientes em ambos os grupos - operados ou não - apontaram melhoras. Após dois anos, cerca de 70% dos dois mil pacientes dos dois grupos disseram quase não apresentar sintomas da doença. Ainda segundo o NYT, ninguém que tenha esperado teve sérias conseqüências, assim como ninguém que tenha feito a operação obteve resultados desastrosos. A ruptura de disco acaba invadindo a raiz do nervo ciático, que segue até a parte de trás das pernas, ocasionando uma forte dor no traseiro e nas pernas ou fraqueza nas pernas, impossibilitando, às vezes, a pessoa a andar ou a sentar. Até então, pacientes eram informados que a demora em passar por um reparo podia danificar permanentemente o nervo, o que o estudo comprova que não ocorre. De acordo com o jornal, a pesquisa não incluiu pessoas com apenas dor na parte de baixo das costas - que pode ter uma variedade de causas. Tampouco incluiu pessoas que necessitavam de cirurgia imediata para não danificar o intestino ou a bexiga.

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