Grupo prepara topless em massa no Rio

Protesto marcado para o dia 21 defende a 'naturalização dos corpos'

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Por THAISE CONSTANCIO
Atualização:

O verão do Rio vai começar quente. Mais de 4 mil mulheres e homens já confirmaram presença no Toplessaço, às 10h do dia 21, primeiro dia da estação, na Praia de Ipanema, na zona sul. Idealizado pela atriz e produtora de teatro Ana Rios, de 23 anos, e pela produtora Bruna Oliveira, de 23, o protesto não é sexual. Pelo contrário, defende a "naturalização dos corpos".

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O evento no Facebook foi criado na segunda-feira, com 300 convidados. Em três dias, quase 31 mil pessoas foram convidadas a participar. "A adesão espontânea mostra a preocupação e o interesse de muita gente", disse Ana. O ato será ao longo da orla e as organizadoras esperam que se multiplique para outras praias do Rio, e, quem sabe, do mundo. No País, o movimento ganha força: já há eventos marcados em Vitória e em Porto Alegre no mesmo horário.

A polêmica nasceu após a atriz Cristina Flores, de 37 anos, tirar a blusa para ser fotografada e divulgar a peça Cosmocartas. Ela foi abordada por três policiais na Praia do Arpoador, zona sul, em 14 de novembro. Como acatou a ordem policial e vestiu a roupa ela não foi autuada por ato obsceno, com pena de três meses a um ano de prisão ou multa.

Todos, independentemente do sexo ou da idade, são convidados a se juntar "em um único topless": as mulheres sem a parte de cima do biquíni que, desta vez, será usada pelos homens. Organizadoras e participantes reivindicam que o ato deixe de ser "caso de polícia". A mãe de Ana já confirmou presença no evento e a avó também deve participar.

"Tentamos criar outra realidade para a imagem da mulher na sociedade. Ou somos objeto de desejo ou de consumo. O corpo feminino não é visto como integrante e integrado na sociedade, não pela essência individual e social", afirmou a organizadora do Toplessaço.

Legislação. O vereador carioca Elton Babú (PT) apresentou projeto na Câmara Municipal do Rio que autoriza o topless nas praias da cidade do calçadão até o mar. "Acho que o movimento está gerando frutos", disse Ana.

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